segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Admissão à Ordem dos Arquitectos

Gostaria de iniciar este texto com uma resumida síntese histórica do processo:
Em 2000 a OA, aprovou um documento intitulado Regulamento Interno de Admissão (RIA) que procurava estabelecer alguma regulação sobre a desenfreada criação de cursos de arquitectura que nos anos 90 o Estado havia permitido e incentivado. Este processo dividia as licenciaturas de arquitectura em Reconhecidas e Acreditadas, criando um estágio obrigatório de um ano e uma prova final para os licenciados provenientes dos cursos que apenas eram Reconhecidos. O RIA foi parcialmente suspenso em 2001, continuando apenas em vigor os processos de Reconhecimento e Acreditação dos diferentes cursos. Em 2002, com a entrada da nova direcção da OA (da qual faço parte desde então) foi levantada a suspensão e iniciado o processo de admissão à OA de acordo com o documento de 2000. Surgiram os problemas conhecidos; provas que implicavam a enunciação de um projecto de arquitectura a ser realizado em oito horas sobre uma folha de papel vegetal, a inconstitucional (a opinião éminha) distinção entre cursos de arquitectura, as contratações de docentes só para Ordem ver...
A OA, fazendo a inevitável autocrítica, iniciou a revisão do RIA criando o Regulamento de Admissão (RA) actualmente em vigor, ferido à nascença pela desnfreada acreditação de uns quantos (poucos) cursos de arquitectura em 2000, que dava direitos adquiridos a licenciaturas até 2007. Assim o RA sobreviverá até 2007 enquanto documento de transição.

Esta reflexão foi produzida no âmbito do processo de revisão do Regulamento de Admissão à Ordem dos Arquitectos e na sequência do debate que já perpassou por vários blogues (complexidade e contradição, posthabitat ou blasfémias)
Este texto tem como objectivo expor aquilo que penso, sobre o modelo de admissão à Ordem dos Arquitectos que poderá vir a ser preparado para 2007. Só analisarei a relação Ordem/Candidato deixando de lado a relação Ordem/Estabelecimentos de Ensino, que reconheço ser igualmente complexa.
Parto da premissa que por agora me parece ser a mais consensual, de que todos os candidatos serão sujeitos aos mesmos procedimentos. Parto também de uma segunda premissa que, por mais imaginativos que possamos serou por mais sistemas estrangeiros que tenhamos estudado, existem três instrumentos ao nosso dispor para conduzir o processo de admissão: Estágio, Acções de Formação e Prova Final.
Optei por resumir em diagramas os diferentes procedimentos, de modo a tornar mais clara esta reflexão.

O primeiro diagrama reflecte o modelo actualmente existente.
A leitura que faço deste modelo, que em parte herdámos, revelou problemas em duas áreas.
O peso determinante da Prova. De facto para os candidatos provenientes de cursos reconhecidos apenas conta a prova. Assistimos por isso ao abanar do sistema quando produzimos uma prova da qual resultou uma percentagem exagerada de reprovações. Esta questão veio a ser aligeirada, pelo facto de passo a passo todas as licenciaturas se terem apresentado a acreditação, restando apenas 3 ou 4 licenciaturas reconhecidas, o que se reflecte numa diminuição significativa do número de candidatos que têm de fazer a prova.
Por outro lado, os estágios obrigatórios, tiveram um efeito devastador no mercado de trabalho assalariado, desregulando-o. Os milhares de estagiários que anualmente procura lugar para estagiar, aceitando fazê-lo de uma forma gratuita, veio a provocar inúmeras situações de substituição de jovens arquitectos por um, dois ou três estagiários, causando um aumento de desemprego na classe, sobretudo nos membros mais jovens e cujas consequências sociais ainda estão por avaliar. Por outro lado também surgiram autênticos ateliers-sombra compostos por estagiários sem vencimento e por patronos ausentes, sem custos e só com proveitos.
Pela análise que faço dos erros do anterior modelo de Admissão não posso concordar com o sistema que define a universalidade de estágio e prova.

Reconhecendo que torna o sistema mais justo, ao ser aplicável a todos os candidatos, poderá vir a traduzir-se num monstro ainda maior, pelo facto de aumentar exponencialmente o número de candidatos que realizarão a prova. O que sucederáse os resultados se mantiverem na ordem dos 90% de reprovação?
No que diz respeito às acções de formação, apesar de ser unânime, a tentativa de melhoria da sua qualidade global, existe a dúvida da sua avaliação e se terá algum peso, na prova final.
Os estágios, nesta proposta, mantêm-se nos moldes actuais, embora haja quem defenda que se estenda o seu período para dois anos. Esta questão levanta-me uma dúvida imediata: que escritório de arquitectura poderáassegurar dois anos de trabalho remunerado (que também existe) a um estagiário? Muito poucos. Se um ano de estágio desregulou muito, dois anos de estágio desregulará muito mais.
Gostaria ainda de escrever, que dos países (poucos) que conheço o sistema de admissão às respectivas associações profissionais, não existe nenhuma formulação que vá muito para além destes três instrumentos - Formação, Estágio, Prova. Contudo não conheço nenhum, exceptuando o nosso, que aplique os três instrumentos em conjunto, na sua admissão.

O que proponho:

1. MODELO DE AVALIAÇÃO CONTÍNUA
A manutenção da situação actual do Estágio, apenas limitando a possibilidade do Patrono ser parte da Entidade de Acolhimento, para que exista uma maior independência na resolução de eventuais problemas que se coloquem entre o Estagiário e a Entidade de Acolhimento, por parte do Patrono.
Por outro lado, durante o período de estágio, ou quando o entender (para precaver estágios no estrangeiro), o candidato à Ordem dos Arquitectos terá de acumular um número mínimo de créditos em acções de formação nas quais obtenha aproveitamento.
O finalizar do processo de admissão à Ordem dos Arquitectos, passa a ser uma verificação dos números de créditos obtidos nas acções de formação, do cumprimento dos objectivos reflectidos pelo relatório de estágio e do parecer positivo do Patrono. Retira-se da Ordem dos Arquitectos o ónus de conceber, produzir e avaliar a Prova de Admissão.


2. MODELO COM PROVA
Este modelo parte do actualmente proposto, retirando o Estágio.
Sendo a Prova Final o elemento decisor na avaliação da admissão, julgo que o Estágio poderá ser dispensado. O estágio profissional não acrescenta nada e apenas torna o processo mais pesadopara a OA, na medida em que tem de analisar as propostas de estágio e relatórios finais, isto se não houver nenhum problema durante o estágio. Não tendo, até hoje,havido qualquer reprovação no Estágio e continuando a não se prever reprovações, parece-me óbvio concluir que a Ordem apenas tem pretendido verificar se o candidato exerceu actividade profissional durante o ano transacto. Para quê?
Existindo acções de formação, que em teoria fornecerão ao candidato as ferramentas que a Academia não dá, para exercer os actos próprios da profissão, e a prova final para avaliar os conhecimentos para o exercício, não posso compreender que mais valia trará à Ordem dos Arquitectos o candidato ter estado a exercer a actividade profissional no ano transacto.
Aliás, a questão poder-se-á também por de forma inversa: de quem é a responsabilidade se o candidato chumbar na Prova Final? Patrono/Entidade de acolhimento, Licenciatura, Candidato ou Ordem?
O modelo que proponho é baseado nos dois instrumentos: Acções de Formação e Prova Final.
Para não correr o risco de a Prova Final ser um monstro reprovatório parece-me fundamental que apenas signifique 50% da avaliação, ficando reservado os outros 50% à avaliação decorrente das Acções de Formação. Durante este processo o candidato poderá exercer a actividade profissional que entender e poderá ir-se inscrevendo nas acções de formação àmedida que forem disponibilizadas pela Ordem. Quando o candidato atingir o número de créditos estabelecido poder-se-á propor à prova final.

Com as propostas de modelos que aqui faço não considero ter encontrado um modelo imbatível e ideal para a admissão à Ordem dos Arquitectos. Continuo a afirmar que entendo que essa não deverá ser a competência da Ordem dos Arquitectos mas sim do Estado. Para mim o modelo ideal será aquele em que o Estado indica anualmente à Ordem dos Arquitectos os licenciados em arquitectura habilitados a exercer a profissão. Contudo o problema existe e cumpre à Ordem dos Arquitectos zelar pelo exercício da profissão em prol do bem público e colectivo.

[1 de Março] Mais argumentos que entretanto fui lendo:
Arqportugal
Arte da Fuga
Hardblog
Quase em Português

A UniPop avança

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

A condição do arquitecto


Obrigado ao Gonçalo pela sugestão.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Porque Tchernobyl nunca existiu

Ontem na FIL houve uma conferência sobre a energia nuclear, promovida pela Ordem dos Engenheiros, CIP e AIP e que contou com um mui ilustre público a assistir - secretário de estado e tudo. Quando estava na Ordem dos Arquitectos já tinha passado pelos meus olhos o convite para esta conferência, e na altura tinha-me ingenuamente interrogado sobre a oportunidade do evento. A minha interrogação ficou esclarecida no telejornal da SIC Notícias.
A história conta-se da seguinte forma:
Existe um senhor chamado Patrick Monteiro de Barros, daqueles ricos fachos sempre bem relacionados com o poder, que pretende fazer numa qualquer zona de Portugal uma central nuclear para "seu lucro próprio" e "sem subsídios nem apoios do estado" conforme afirma. Este senhor, a quem desconheço qualquer actividade em prol do país, já reuniu com o Governo com o qual combinou manter segredo sobre as negociações durante as eleições "municipais" e presidenciais.
Pondo de lado o perigo que esta solução se afigura com um governo pronto a lamber as botas a um qualquer idiot€, é divertido ouvir a argumentação do dito senhor.
"Toda a gente sabe", "é fácil armazenar os lixos" e "como se faz nos outros países", são as expressões que dominam a arguência, rematando com a exclamação que na Europa nunca ninguém tinha morrido por um acidente nuclear!

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

http://worm.wonderm00n.blog.com.pt/

Neste mural digital já se pode ver as "liberdades creativas" deste que vos escreve.

BENFICA

Hoje ainda sou mais vermelho: o Benfica lá ganhou a uma equipa que parecia ser treinada pelo Trapattoni.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

A Saúde da Nação II

A Saúde não é sustentável. A culpa será dos doentes ou dos diversos governos que a administraram?
Raciocínio similar:
Não tenho fome. A culpa será da minha mãe ou será por ter acabado de almoçar?

A Saúde da Nação I

O Ministro da Saúde quer acabar com o Serviço Nacional de Saúde respeitando a Constituição. Diz este responsável da nação que as despesas na Saúde aumentam exponencialmente e que em breve se as coisas não se inverterem a gratuitidade deixará de ser sustentável.
Pois eu, ao contrário do que seria de supor rebato esta ideia dizendo que a Saúde dá lucro, aliás dá muito lucro.
Utilizando a mesma lógica capitalista que o Sr. Ministro utiliza para fazer a sua avaliação diria que a sustentabilidade é o produto resultante entre os proveitos e os custos ou, com uma linguagem menos contabilística, entre as receitas e as despesas. Ora as receitas na Saúde são maioritariamente provenientes dos Impostos, diria mais, quando os portugueses preenchem a sua declaração de IRS deveriam poder dizer para onde gostariam de ver canalizados os seus impostos. Não tenho dúvidas de que a partir desse momento a Saúde e a Educação passariam largamente sustentáveis. Ao invés, talvez o salário do Sr. Ministro deixasse de o ser.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

# Itália - Democracia Ocidental


A senhora ao lado de Berlusconi chama-se Maria Antonietta Cannizzaro, mulher de Gaetano Saya.
Gaetano Saya é fundador de um partido chamado Nuovo MSI - Destra Nazionale, que conforme se pode ver na foto foi à pouco tempo preso por ter criado um serviço secreto paralelo para atingir e detectar extremistas islâmicos.

A sua mulher, Maria Antonietta Cannizzaro, recentemente eleita Presidente do Nuovo MSI, foi negociar com Berlusconi a entrada nas listas da coligação de direita do seu movimento.

fonte La Repubblica

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

# Eleições em Itália


As eleições que conduzirão à queda de Berlusconi aproximam-se. Tenho vindo a acompanhá-las através do La Repubblica e do Il Manifesto.
A questão do momento são as declarações de Prodi, lider da grande coligação de centro-esquerda, referindo que a Rifundazione Comunista pode vir a ter as pastas da Justiça, Educação e Saúde.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Mandamentos de Pacheco Pereira para os debates na Blogosfera

O Pai da blogosfera portuguesa mostra-nos neste post quais são as Leis do Abruto para o debate na blogosfera:
1. Evitar discutir a Posição, procurar atacar a Contradição.
2. A ferocidade dos comentários está em relação directa com o seu anonimato mais o número de comentários produzidos por metro quadrado de ecrã / dia.
3. A esmagadora maioria dos temas, comentários, reacções, alinhamentos, posições é absolutamente previsível.
4. A blogosfera tem horror ao vazio.
5. O carácter lúdico dos blogues diminui à medida que a importância da blogosfera aumenta na atmosfera.
6. O tribalismo é a doença infantil da blogosfera.
Ainda não tendo chegado à anunciada décima Lei, permito-me desde já identificar uma falta grave:
Dar destaque tanto à opinião como ao contraditório - estabelecendo ligações para todos os críticos e comentadores que se identifiquem.

As vantagens de ter Durão Barroso como Presidente da Comissão Europeia

Lei Bolkestein

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Parabéns atrasados

ao Renas e Veados.

Bloggers libertários

É interessante constatar que os bloggers que na questão dos "cartoons", mais dizem defender a liberdade de expressão, esquecem-se dela na sua própria caixa de comentários...

Onde andam os americanos?

Uns "cartoons" publicados por um insignificante jornal de extrema-direita dinamarquês, devidamente impulsionados pelas organizações muçulmanas mais radicais e "bem cobertos" pelos media globais, tiveram mais destaque, do que os prédios habitados por turcos incendiados pela extrema-direita alemã em Berlim ou as barbaridades cometidas pelas tropas de ocupação do Iraque. Porquê?
Se compararmos os exemplos à luz da "ética da civilização ocidental" de que tanto se fala, dir-se-ia que os "cartoons" seriam, à partida, uma não notícia. Contudo foi explorado e difundido esperando a reacção dos bárbaros.
E a reacção lá chegou. Por alguns países foram sendo incendiadas embaixadas de países europeus (porque não americanas?) belas peças de radicalismo e de terror que, bem difundidas, propagam o medo da outra civilização.
Assim, os europeus aparecem na vanguarda da civilização ocidental e, quase a uma só voz, vão afirmando a sua superioridade ética e moral, sobre os povos muçulmanos maioritariamente governados por tiranos corruptos, lá colocados pelas civilizações ocidentais.
A par disto, crescem as notícias sobre o radicalismo do presidente do Irão, pelas suas posições relativamente ao nuclear e a "unânime" crítica internacional. Prepara-se a invasão…
E onde estão os americanos?
Os americanos desapareceram da cena internacional deixando os europeus como idiotas úteis (a expressão é do Daniel Oliveira) que propagam a noção de civilização superior, argumento complicado de dirimir dentro dos Estados Unidos pela representatividade da sua comunidade muçulmana. Deste modo irão mais tarde recolher os argumentos para voltar a lançar uma investida no Médio Oriente, designadamente no Irão, desta vez com um pouco mais de apoios internacionais. O domínio do Irão significa o domínio absoluto do Médio Oriente e principalmente do seu petróleo. No momento em que a América Latina foge ao jugo americano há que continuar a garantir o alimento do Império.
A Guerra continua.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

O famoso instinto de superioridade ocidental

"Após o 11 de Setembro de 2001, a generalidade das discussões sobre este tema estão viciadas entre o radicalismo bélico e o militantismo relativista. Este documento é por isso um contributo para explorar uma alternativa a essa dicotomia, subscrito por cidadãos e cidadãs com percursos distintos e filiações políticas muito diversas, à esquerda e à direita, com ou sem religião, que têm leituras por vezes opostas quanto ao terrorismo e à sua prevenção. Em comum têm porém a recusa na cedência de um conjunto de princípios que, no seu entender, poderão traduzir parte do património civilizacional ocidental. A começar pela liberdade de expressão, que pode e deve ser um valor universal."

Circula na internet um abaixo assinado, para o qual não faço o link pois não o subscrevo, mas que se pode chegar através do Abrupto ou do blog do Ivan Nunes. É tenebrosa esta reacção civilizacional a que assistimos. Esta ideia que o mundo se divide entre o Bem e o Mal e que só há um caminho certo: a nossa Liberdade e Democracia que se vive no Ocidente.
Sobre o Ocidente, e só invocando histórias deste milénio apetece-me recordar de uma forma não hiérarquica:
GUANTÁNAMO, G8 EM GÉNOVA, HAIDER, LE PEN, BERLUSCONI FINI E BOSSI, BUSH, RUMSFELD, PRISÕES DE ALTA SEGURANÇA, IRAQUE, AFEGANISTÃO, PUTIN, CAMPOS DE REFUGIADOS DO SUL DA EUROPA... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... a ocidente nada de novo!

Porquê agora?


Num texto do blog egípcio Freedom for Egyptians pode-se ler (aqui) que os cartoons já haviam sido publicados em Outubro de 2005 na imprensa egípcia.
Porque é que a "solidariedade" da imprensa ocidental e a sua republicação exaustiva só aconteceu agora?

Liberdade de expressão no Ocidente


A ser verdade, é uma excelente investigação:
Lars Refn foi o único cartoonista que, apesar do pedido do Jyllands-Posten, optou por não representar Maomé, o profeta, mas Mohhamed, aluno do 7ºA. O jovem aponta para um quadro onde se pode ler, em persa: «Os jornalistas do Jyllands-Posten são um bando de provocadores reaccionários».
Lars Refn usou da sua liberdade de expressão como queria e não como lhe foi ecomendada. O jornal, apesar de amar a liberdade de imprensa, não gostou da graça e escreveu, como legenda: «pensamos que Lars Refn é um cobarde que não entende a gravidade da ameaça muçulmana à liberdade de expressão». Parece que o Jyllands-Posten adora a sua liberdade, mas não convive bem com a liberdade dos outros. Insultar o jornal que lhe publica o desenho, isso sim, é ter tomates.
[Daniel Oliveira]


Post Scriptum: Acrescento o link fornecido pelo Rui Tavares do Der Spiegel

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Ainda as caricaturas


Não sou dos que entende que a exibição de símbolos fascistas ou xenófobos deva ser permitida, a bem da liberdade de expressão e opinião. Também não sou dos que se chocam por se ironizar sobre questões religiosas.
Desta forma parece-me que há que discernir entre uma caricatura irónica, como esta que foi publicada na capa do El País e a que o Ivan publicou na sua Praia.
Desenhar Maomé com uma bomba na cabeça é o mesmo que desenhar um judeu com cara de porco ou o Deus católico a ter comportamentos racistas. Em qualquer um destes casos, a intenção não é criticar ou ironizar com uma determinada situação, mas sim imputar a todos os crentes numa determinada religião um tipologia comportamental. O centro deixa de ser a figura do Deus, mas todos os que nele acreditam, passando desta forma a ter uma mensagem de conteúdo xenófobo.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Post de encerramento no Mais Livre


Acabei de escrever o meu último post no Mais Livre.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Finalmente @méli@


Percebe-se melhor desfocando a vista.

Para nos divertirmos com Bush:

Planetdan.net

"Cidadania" ou a "Alta em baixo".

Por vezes voltamo-nos a lembrar que a cidadania é feita de acções concretas, e não por um conjunto de palavras vãs. Através d' A Barriga de um Arquitecto, cheguei a um blog colectivo sobre viver na Alta de Lisboa.

A ler:

A VIROSE é uma Associação Cultural sem Fins Lucrativos, baseada no Porto, Portugal, dedicada à arte e suas contaminações com a técnica. A maior parte das vezes a Virose é designada simplesmente como uma organização para a teoria e a prática dos velhos e dos novos media (Virose - arte, teoria, prática). Reúne artistas, programadores, arquitectos e outros e gere um servidor com diversas áreas, incluindo um e-zine (www.virose.pt/vector). Desde o início do projecto, em 1997, a questão principal centrou-se na tentativa de compreender as chamadas artes digitais no campo mais alargado da arte. Os problemas da net.arte, arte digital/numérica ou o que quer que lhes possamos chamar, não são tão diferentes, e ainda menos opostos, à questão ontológica que juntou (e apartou) arte e técnica. É possível falar do plural das artes sem pensar também o seu singular? E é possível pensar a singularidade de cada arte sem o seu plural? Este é o campo de acção da VIROSE.

Hoje vi um operário

Eram sete da manhã e chegava ao atelier. Do rebuliço desta parte da cidade que acorda cedo, destaca-se uma farda verde. Primeiro, penso ser um dos "sapos" da Emel numa madrugadora cruzada moralizadora, mas quando me aproximo percebo ser alguém que tem escrito nas costas "Sivel". Hoje vi um operário, no centro de Lisboa!