sábado, abril 12, 2008

Coligações

Concordo com a análise que o Rui Tavares faz sobre as perspectivas eleitorais para 2009 (se nada de especial acontecer entretanto) mas discordo das suas conclusões.
O cenário que o BE (ou o PCP), num governo de maioria PS, pode vir a dar a mudança para um "horizonte plausível" parece-me absolutamente errada - aliás esta tese também já foi defendida recentemente pelo Daniel Oliveira (aqui e aqui) e pelo Bernardino Aranda.
Poderia começar por uma argumentação corrente, procurando provar que, pelas políticas praticadas se chega à conclusão que o PS não é um partido de centro-esquerda. Mas nem vou por aí.
O que me parece evidente, é que actualmente as cúpulas do PS, não está agregadas por uma identidade política comum - seja ela de esquerda ou de direita. A maioria dos dirigentes do PS, são-no, por representarem interesses individuais, particulares ou privados e as suas decisões políticas fundamentais são tomadas em função desses interesses.
Desta forma estamos num impasse. Se a história nos diz que organizações políticas de espectros opostos, conseguem fazer pontes para tomadas de decisão concretas, também nos diz que coligações, como a que alguns simpatizantes/militantes do BE começam a defender, derivam em "lodaçais" (recordando a expressão de Guterres) que acabam por atingir todos - veja-se as "Mãos Limpas" em Itália.

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