sábado, março 29, 2008
A internacionalização de Sá Fernandes ou a esquerda perdida
O vídeo do herói português na Aljazeera (podem-no encontrar aqui), a polémica das ventoinhas e a ausência na votação sobre a entrega da Medalha da Cidade a Durão Barroso, são mais sinais do lamentável equívoco que o BE e os seus apoiantes continuam a tentar esconder.
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8 comentários:
Caro Tiago: À medida que estás a ficar velho ficas cada vez mais sectário!
Então o que é que tu não gostas no Sá Fernandes, explica-me lá...
É o facto de a Aljazeera ter feito um vídeo sobre o homem? Eu por acaso até gosto da Aljazeera. Preferes a SIC notícias, estás no teu direito, mas não imputes responsabilidades ao Zé por coisas que ele não tem nada a ver.
E o que te chateia mais? A "Polémica das ventoinhas"? Essa polémica só envergonha em especial a Helena Roseta e o PCP, caro camarada... As micro-eólicas desorientam os morcegos? Ainda estou para saber se foi argolada do Carlos Moura ou se é mesmo a mentira justificada pela comunicação... Quanto à Roseta, desde que ela negou publicamente, logo no inicio da pré-campanha, que tinha havido conversas no sentido da nossa lista "entrar" para a dela, para fazer uma lista única liderada por ela, que fiquei muito mal impressionado com tudo aquilo...
Finalmente o voto do Durão Barroso... Tu não leste o meu comentário ao Post no blog Gente de Lisboa? Queres que seja mais explícito? O Sá Fernandes saíu da sala porque a orientação de voto que o elemento do gabinete que analisou a proposta - um camarada muito responsável do bloco - era para votar a favor, precebes? Ele para não fazer isso saíu.
O Zé não é nenhum comunista nem nenhum revolucionário, mas ele nunca disse que era, antes pelo contrário. O Zé também não é um bom político. Nunca prepara uma conferência de imprensa ou um discurso sistematizado para ter com a comunicação social. O Zé não se pela por receber munícipes e fingir interesse por tudo aquilo que eles dizem e por todos os seus problemas. O Zé não vai às iniciativas das colectividades, aos almoços, às inaugurações, aos beberetes... O Zé nem sequer é uma pessoa fácil com quem trabalhar... É um bon-vivan, um buguês, católico de esquerda, ambientalista, com ideias um bocado na linha do "novo urbanismo" e que tem esta obcessão. paixão, hobbie (como lhe quiseres chamar) com Lisboa.
Para teres uma ideia, o gajo assina desde sempre, "Um homem de Lisboa", naqueles parceres, cartas e processos que os advogado fazem... Estás a ver?
Isto é: Pode ter muitos defeitos, mas é vergonhoso os ataques, a mal-dissência e as antipatias de que tem sido alvo.
Porque tramou o gajo da Bragaparques e meteu de cu apertado as dezenas de políticos e empresarios da construção civil que andavam alegremente de mão dada por esses caminhos fora; Porque corporiza a grande ameaça que o PCP vê no Bloco de Esquerda aqui no concelho; porque fez a vida negra ao PSD e ao Carmona Rodrigues, coleccionando ódios de estimação; porque foi a cara visível de um BE que quer assumir responsabilidades na condução de uma autarquia, para grande fúria dos esquerdistas que estão no Bloco...
Como vês, é um gajo que tem colecionado inimigos, desde que se meteu na política, mas na verdade tem tido desde 2005, quando foi eleito, 2 mandatos exemplares. Tanto na oposição como agora com pelouros. Não me consegues demonstrar o contrário.
A aljazeera? O win-parade? a saída da sala na votação do durão barroso?
Caro Bernardino, vamos por partes:
1. É verdade, com a idade estou mais sectário. Acho que é mais uma questão de pachorra, do que ideológica.
Não tolero que o PCP se coligue, ainda que pontualmente, com as forças capitalistas (PS e PSD) e entendo que a história do pós-25 de Abril até me dá razão. As alianças das forças revolucionárias e progressistas com os partidos do sistema sempre resultaram na absorção e aniquilamento dos ideais que as movem.
2. Se calhar prefiro a SIC Notícias à CNN Árabe. Confessa lá, a reportagem foi toda montada no gabinete, não foi?
3. Sobre as ventoinhas nem vou argumentar. Poderia fazer-te um discurso mais técnico-urbanístico, mas parece-me que vai ser um Carnaval tão engraçado... Olha, deixa ver no que dá.
4. Não sei se o Zé tramou a Bragaparques, mas reconheço que pelo menos ajudou a tornar pública as suas formas de fazer negociatas – ao contrário da abstenção do BE na votação sobre a permuta do terreno. Mas não me agrada que o BE/Zé se sentem à mesma mesa do Coelho, do Canas, do Lello ou do Vara, para os quais o Névoa é um menininho de couro.
5. Não avalio o Zé pela sua maneira de ser, pelo seu carácter ou pelo mito que se quer montar em torno do homem. Avalio-o pelo que fez/faz, pelo seu desempenho politico-ideológico, não revolucionário e não comunista - como referes.
6. Se fosse essa a forma de avaliar políticas, então seria um grande adepto da Helena Roseta, de quem sou amigo. Aliás, o comportamento dos teus camaradas de partido e a tentativa de assassínio de caracter da Helena e tudo o que dela disseram durante a campanha, fez-me lembrar o que noutros tempos, num outro local, se dizia sobre outra Helena que tu, melhor do que eu, conhecemos. Tanto hoje, como ontem, é uma discussão que me entra por um ouvido e sai por outro, e só fica mal a quem a faz.
7. O grande problema do Zé é que ainda não percebeu que não faz falta; aos lisboetas, à esquerda e ao BE.
Contudo tentas-me por uma carapuça que não enfio. Não sou dos que fica contente com um resultado eleitoral menos bom do BE, nem dos que lhe agrada ver a coligação PS+BE na CML. Sou dos que entende que o BE não sobe eleitoralmente à custa do PCP nem vice-versa. O que não me impede de criticar o BE e de não reconhecer nele uma identidade comum, como é bem patente no teu comentário - tu sabes que sempre consegui trabalhar melhor com os esquerdistas do que com a malta da esquerda de café.
Quando referes o episódio da ausência do Sá Fernandes na votação de bajulação do Durão, que desconhecia, só me resta lamentar que no gabinete não estivesse um esquerdista, ou pelo menos alguém de esquerda, para que desse ao Zé a orientação de voto certa.
Um abraço!
Caro Tiago, Obrigado pelo mail.
Sigo os teus pontos:
1. Reconheces que com a idade estás mais sectário. E depois contas-me sobre as tuas (novas?) opiniões sobre politica de alianças ("Não tolero que o PCP se coligue, ainda que pontualmente, com as forças capitalistas"). Como sabes o tema é complexo e dava pano para mangas. Não quero agora falar sobre isto mas asseguro-te que o que não faltam no Bloco é militantes e dirigentes com a tua opinião.
2. Estás a brincar, claro... Ou enlouqueceste? Responde por favor. Que começo a ficar preocupado.
3. Ora aqui um caso que valia a pena argumentares... Estou ansioso por saber mais argumentos contra as micro-eólicas. Até agora, tudo o que tenho ouvido e lido oscila entre o desconhecimento da proposta, a hipocrisia e a mentira para jornalista engolir. Cheira-me que tu não conhecerás a propsta. É o mais natural, e imaginarás "a cidade das 7 colinas povoada por eólicas", como disse o EXPRESSO. Se é isso, previno-te já que te mandas para fora de pé ao dares como verdadeira a notícia do EXPRESSO.
4. Duvidas que o Zé tramou a Bragaparques? Não ouviste a história? Apareceu nos jornais... O Administrador da Bragaparques propôs ao Ricardo Sá Fernandes que o seu irmão deixasse cair o processo contra a premuta de terrenos e em troca dáva-lhe dinheiro. O Ricardo e o Zé Foram à polícia que lhes disse: temos que apanhar o gajo em flagrante: Você combina um encontro com ele e leva um microfone escondido. E ele foi.
Isto não é tramar? É o quê? E já viste que foi o primeiro a fazer isso? Porquê? Porque o Domingos nunca tinha proposto isso a mais nenhuma pessoa? (ahahah)
Quanto à abstenção do BE na Assembleia Municipal, foi um erro poítico grave de uma força política que ainda hoje não tem quadros e experiência para poder evitar falhas desse tipo. No entanto, duas coisas: Sabes que a forma como tu descreves o assunto é a versão-rápida para o ataque político do PCP ao BE? Sabes que o contexto e tudo o resto que se passou torna essa história um pouco diferente? E sobretudo é incrivel que o PCP passe a vida a insinuar que o BE estaria por detrás da negociata da permuta.
Finalmente ainda neste 4º ponto, dizeres que "O BE/Zé se sentem à mesma mesa do Coelho, do Canas, do Lello ou do Vara", remete-nos para o 1º ponto. É puro sectarismo. Fazer convergências em torno de propostas políticas não é sentar à mesma mesa desses labregos. Mas já sei, que tu agora deste em puro e portanto não me vou alongar mais.
5. Desculpa, mas tu não avalias o Zé ou o seu mandato pelo seu desempenho politico: Tu referes uma reportagem televisiva que não gostaste, tu referes-te a uma proposta menor apresentada (ainda vamos ver se conhecendo ou não a proposta) e finalmente a uma votação de umas chaves da cidade que afinal nem foi bem como tu pensavas que era.
Que raio de análise de desempenho é essa? Agora, na resposta que me deste, até na questão da corrupção e da denúncia tens dúvidas se ele de facto terá tramado... Isso não é só partidarite aguda e sectarismo. É superficialidade total de análise. É não pensar sobre as coisas e ter orgulho nisso.
6. "tentativa de assassinato de carácter"??? A que te referes? Como deves imaginar, acompanhei de muito perto a campanha e não me ocorre nada disso. Não estarás equivocado?
É que repara: Pelo contrário. Primeiro tentámos uma coligação com a roseta. Ela não aceitou. Depois disse que nunca tinha havido contactos nenhuns e entornou totalmente o caldo. O Zé e mais uns amigos dele queriam ataca-la. Mas como? Não podiamos andar a dizer na campanha eleitoral que a quisémos para nossa cabeça de lista... Os nossos programas eram idênticos, muitos dos apoiantes eram igualmente simpatizantes nossos e vice-versa, havia inclusivamente a ideia de que acabariamos juntos dentro de pouco tempo. Não havia portanto quaisquer condições objectivas ou subjectivas para criticar a Roseta. Não estou a ver como possamos ter feito um "assassinato de carácter". A unica janela de opurtunidade que vimos para difrenciar as duas candidaturas foi quando ela começou a dizer que tinhamos de trabalhar todos em conjunto, que todas as forças políticas deviam ter pelouros, etc. E nós dissemos que nunca aceitariamos que os responsaveis pela crise (PSD, PP, Carmona) tivessem pelouros. Aqui,ao menos concordarás!
Ou seja: A que te referes? Quero saber... É que mesmo hoje em dia, sou eu o principal gajo que não gosta dela. Sou chamado à atenção pelos meus camaradas do BE e da Renovação Comunista pelas criticas que lhe faço... Diz-me a que te referes, porque eu não conheço. Falaste de cór? Referias-te a mim? Referias-te a algum daqueles amigos do Zé que não gostam dela? (talvez...) Mas não são do BE! São uns arquitectos que odeiam a generalidade dos outros arquitectos. Deves dar um desconto... e não tirar daí elaboradas conclusões sobre o Bloco ou sobre o Sá Fernandes.
7. O problema do Zé é não ter precebido que não faz falta? Eheheh. O Presidente da EPUL também tinha passado melhor sem ele. Eu discordo contigo... mas isto~também não era bem um ponto para eu argumentar, pois não.
(o teu último parágrafo): Não te quero enfiar carapuça nenhuma das que disseste. Há novamente algum equivoco. Acredito e já imaginava que aches aquilo que disseste no último parágrafo.
Quanto à parte "só me resta lamentar que no gabinete não estivesse um esquerdista, ou pelo menos alguém de esquerda, para que desse ao Zé a orientação de voto certo" é um pouco reles para acabar uma mensagem que me é dirigida a mim, membro do gabinete.
Pensa antes assim: A pessoa que viu a proposta, falhou. Pensou que como era uma medalha, era para votar a favor como se votam todas. Isso não faz dela uma má pessoa ou uma pessoa de direita. Na minha opinião, claro. Felizmente o Zé pensou duas vezes.
Resposta rápida para uma discussão que não nos levará a lado nenhum, por agora.
A minha análise política do mandato do BE/Zé na CML, baseada nas coisas que vêm a público e nas que não vão acontecendo, é que as coisas não estão a correr bem. Esta é a opinião de quem não conhece todas as propostas presentes para discussão na CML, não conhece as Ordem de Trabalho das reuniões de CML, mas que vive em Lisboa e olha com especial interesse um conjunto de matérias respeitantes à cidade e, que muitas estão perfeitamente fora das agendas políticas.
A análise que faço, concordamos, peca por não conhecer tudo mas ganha no facto de não estar diariamente envolvido nas discussões. Por isso, a minha resposta é sempre mais serena, não que isso seja à priori uma virtude, mas é pelo menos mais desapaixonada.
Conforme já deverias saber melhor do que eu, em qualquer partido há gajos melhores e piores e há gajos que se passam de um momento para o outro. Os posts no blogue em que participas (Gentes de Lisboa), e as histórias que se contaram sobre a Helena Roseta muitas vezes rondavam a canalhice, aliás, saberás melhor do que eu, que até houve um que foi retirado... (e já agora aquele email do último dia de campanha... vou ver se ainda o tenho e envio-te por email).
Relativamente à questão do voto no Durão, eu não fiz um juízo sobre a pessoa que cometeu o erro, só lamentei que no gabinete não estivesse um esquerdista para impedir esse voto. Não percebo em que medida achas que possa ter dito que não há pessoas de esquerda no gabinete...
Por último resta-me reafirmar uma convicção, que vale o que vale, mas que ficou expressa nas últimas eleições; eleitoralmente, o BE Lisboa, vale mais sem o Sá Fernandes e lançar-te a seguinte questão:
O que ganhou Lisboa com a aliança PS/BE?
Sobre isso da helena roseta, já te respondi uma parte ao mail... Sobre o post retirado no blog, foi precisamente por uma apoiante ter posto um post menos simpatico no blog (que não era bem canalha, mas sim qualquer coisa a dizer que ela já tinha sido do PSD e depois do PS, creio), e ter posto quando andávamos a tentar fazer uma lista conjunta, que o post foi retirado pela direcção.
Do lado dela (não estou a dizer que mal), não foi tido o mesmo cuidado e muitos apoiantes (?) foram ao blog da candidatura dizer cobras e agartos do BE e de Sá Fernandes. Creio que essa pressão poderá ter contribuido para que a coisa não avançasse...
O que ganhou lisboa? Fundamentalmente tem amarrado António Costa a um programa político de esquerda. Isto é um bom resumo do que lisboa ganhou. Repara que na véspera das eleições, uma das hipoteses mais prováveis e defendida por muitos xuxas era a aliança com o Carmona. Felizmente não foi assim.
O trabalho que se está a fazer pode não se traduzir já em obra concreta, daquela que se apreende mais facilmente (ena! Sobral de Monte agraço já tem um parque infantil!), mas é muito importante, pela sua componente de "arrumar a casa" e salvar a autarquia da ruptura, e pela componente dos caminhos que se estão a apontar para o futuro:
Na área do saneamento financeiro, da reabilitação, do combate à corrupção e moralização da câmara, na prioridade ao tratamento do espaço público, nas questões ambientais (relacionadas com as de mobilidade), etc...
Sobre estas questões acho que um dos teus erros fundamentais no pensamento sobre isto é esqueceres-te que a Administração Local tem de facto poderes diferentes (mesmo em Lisboa-capital), do que o Governo e a Assembleia da república.
Tratar a participação dos comunistas no governo de uma cidade de igual maneira como no governo de um país, onde se definem as grandes politicas estruturais económicas, sociais, administrativas, de negócios estrangeiros, etc., é profundamente errado.
O PCP sempre soube isso e ainda sabe, no fundo. É por isso é que aqui em Lisboa está em várias juntas com o PSD, por exemplo.
Olhem, eu cá estou algo pasma...foi preciso passar pelo Blog do Tiago para saber a história da medalha...
E eu sou militante do BE e o Tiago não...ah, e já perguntei sim. Oficialmente.
Obrigado Tiago, por me teres permitido saber a história da medalha.
Só me questiono se tenho que passar mais vezes pelo teu Blog para saber o que se passa no meu Partido...
Pasma, disse eu...pasma tem superlativo??
Mas quem é que te disse, Isabel, que essa é a única versão dos acontecimentos sobre a chave de ouro para o Durão?
pasmo estou eu com a pachorra que tiveram para escrever isto tudo.
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