sábado, março 15, 2008
Entrevista de Sá Fernandes ao Correio da Manhã
O Daniel Oliveira qualifica a entrevista de Sá Fernandes ao Correio da Manhã de excelente. Eu não posso deixar de me sentir embaraçado por parte da esquerda da minha cidade o ter eleito.
Síndrome "O meu umbigo":
"O meu acordo com o PS traduz-se numa frase: trabalhar com o objectivo Lisboa. É o que dizia o meu cartaz. Lisboa. O meu pensamento é só Lisboa e os lisboetas. Não penso em rigorosamente mais nada."
Síndrome "Cavaco não diria melhor":
"E tenho de trabalhar muito"
Síndrome "A Nova Esquerda":
"Trabalhar muito com os serviços para ter os miradouros arranjados, para ter os corredores feitos, alguns corredores do Plano Verde, para ter as pistas cicladas, para dar pontapés de saída numa espécie de projectos. E isto tudo sem dinheiro."
Síndrome "A Banca como Juiz da República":
"Eu não consigo perceber que tendo os bancos, e foram uma série de bancos, aceite o plano de saneamento, como é que o Tribunal de Contas se meteu nesta conversa."
Síndrome de "Ruas Verdes, Casas Verdes e Marcianos para as habitar":
- Isso vai ser um bico-de-obra?
- Vai ser um bico-de-obra. Mas aí, pode ter a certeza absoluta, que nós vamos pôr os pés bem enterrados na terra porque isso tem um impacto fortíssimo na cidade. Mas sabe que neste Plano Verde já pusemos o aeroporto da Portela verde.
- Todo ou uma área?
- Já está marcado como área verde.
- Toda a zona?
- Toda a zona com excepção das construções. Também não é preciso que seja tudo verde. Mas marcámos já tudo como verde."
Síndrome de "Com o Louçã ou com o Costa?":
"Agora são precisos seis anos"
Síndrome de "...mas como só me interessa Lisboa":
"Como sabe, e eu já o disse publicamente, não sou grande adepto deste Governo. Acho que tem governado mal. Mas no que toca a Lisboa tem havido um bom relacionamento com o Governo. Uma tem a ver com a frente ribeirinha e a passagem para Lisboa das zonas não portuárias. E eu aí também estou orgulhoso do meu contributo. Há muitos anos que luta por isso. Falta concretizar, mas já há um papel escrito. Nesse aspecto acho que houve um bom relacionamento."
Em jeito de conclusão, esta parece-me ser a afirmação mais clarificadora:"Não sei se há posições diferentes. Eu sei o que é que combinei com o Francisco Louçã. E foi tudo muito claro. Trabalhar durante este ano e meio para Lisboa e por Lisboa. O único interesse. O meu cartaz dizia que era esse o único interesse. Daqui a um ano logo se vê o que é que é melhor para Lisboa. Não é o que é melhor para o PS, para o Bloco de Esquerda. É o que é melhor para Lisboa."
Esta afirmação de Sá Fernandes contém duas das noções que mais odeio no discurso político contemporâneo. A secundarização dos conteúdos políticos, em prol do abstracto "melhor para Lisboa", é o elemento comum a todos os fenómenos de populismo e um discurso caro a Cavaco Silva. Por outro lado, simboliza um total desrespeito pelos militantes do Bloco, sujeitando a sua estratégia partidária a uma "combinação" com Louçã.
Por fim diria que toda a entrevista demonstra que o vereador Sá Fernandes ainda não percebeu que o Bloco em Lisboa, vale mais votos do que Sá Fernandes.
Síndrome "O meu umbigo":
"O meu acordo com o PS traduz-se numa frase: trabalhar com o objectivo Lisboa. É o que dizia o meu cartaz. Lisboa. O meu pensamento é só Lisboa e os lisboetas. Não penso em rigorosamente mais nada."
Síndrome "Cavaco não diria melhor":
"E tenho de trabalhar muito"
Síndrome "A Nova Esquerda":
"Trabalhar muito com os serviços para ter os miradouros arranjados, para ter os corredores feitos, alguns corredores do Plano Verde, para ter as pistas cicladas, para dar pontapés de saída numa espécie de projectos. E isto tudo sem dinheiro."
Síndrome "A Banca como Juiz da República":
"Eu não consigo perceber que tendo os bancos, e foram uma série de bancos, aceite o plano de saneamento, como é que o Tribunal de Contas se meteu nesta conversa."
Síndrome de "Ruas Verdes, Casas Verdes e Marcianos para as habitar":
- Isso vai ser um bico-de-obra?
- Vai ser um bico-de-obra. Mas aí, pode ter a certeza absoluta, que nós vamos pôr os pés bem enterrados na terra porque isso tem um impacto fortíssimo na cidade. Mas sabe que neste Plano Verde já pusemos o aeroporto da Portela verde.
- Todo ou uma área?
- Já está marcado como área verde.
- Toda a zona?
- Toda a zona com excepção das construções. Também não é preciso que seja tudo verde. Mas marcámos já tudo como verde."
Síndrome de "Com o Louçã ou com o Costa?":
"Agora são precisos seis anos"
Síndrome de "...mas como só me interessa Lisboa":
"Como sabe, e eu já o disse publicamente, não sou grande adepto deste Governo. Acho que tem governado mal. Mas no que toca a Lisboa tem havido um bom relacionamento com o Governo. Uma tem a ver com a frente ribeirinha e a passagem para Lisboa das zonas não portuárias. E eu aí também estou orgulhoso do meu contributo. Há muitos anos que luta por isso. Falta concretizar, mas já há um papel escrito. Nesse aspecto acho que houve um bom relacionamento."
Em jeito de conclusão, esta parece-me ser a afirmação mais clarificadora:"Não sei se há posições diferentes. Eu sei o que é que combinei com o Francisco Louçã. E foi tudo muito claro. Trabalhar durante este ano e meio para Lisboa e por Lisboa. O único interesse. O meu cartaz dizia que era esse o único interesse. Daqui a um ano logo se vê o que é que é melhor para Lisboa. Não é o que é melhor para o PS, para o Bloco de Esquerda. É o que é melhor para Lisboa."
Esta afirmação de Sá Fernandes contém duas das noções que mais odeio no discurso político contemporâneo. A secundarização dos conteúdos políticos, em prol do abstracto "melhor para Lisboa", é o elemento comum a todos os fenómenos de populismo e um discurso caro a Cavaco Silva. Por outro lado, simboliza um total desrespeito pelos militantes do Bloco, sujeitando a sua estratégia partidária a uma "combinação" com Louçã.
Por fim diria que toda a entrevista demonstra que o vereador Sá Fernandes ainda não percebeu que o Bloco em Lisboa, vale mais votos do que Sá Fernandes.
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1 comentário:
agora, a despropósito do "veto" do cavaco, também se saiu com umas "muito giras"...
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