quarta-feira, novembro 30, 2005

Um comentário transformado num post

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiroE que ele me batesse e me estimasse...
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...

Alberto Caeiro

do Ricardo do Filho do 25 de Abril

70 anos da morte

Somos contos de contos, contando contos nada.
Ricardo Reis

segunda-feira, novembro 28, 2005

Contra Cavaco estou aqui. Por Jerónimo de Sousa estarei aqui.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa, ao contrário do que é habitual nos candidatos, tem vindo a escrever muito no seu blog e gostaria de chamar a atenção para o seu último texto "O salvador da pátria". Mais argumentos para desmascarar Cavaco.

25 de Novembro

Hoje faz trinta anos que a revolução parou.

Hoje temos Negri às 17.30 e às 21.30.

terça-feira, novembro 22, 2005

Fitas

Três mulheres esperam o autocarro numa qualquer paragem de Lisboa. É de noite, chove, faz frio e o transporte já demora meia hora. A mãe, encolhendo-se mais uma vez com o frio, comenta com a filha que ainda terão de fazer mais uma casa. A terceira, desconhecida da mãe e da filha, faz sinal ao táxi para parar e diz-lhes para entrarem - que as leva. A terceira vai ser mãe em Maio.

Video sobre as prisões nos EUA

http://informationclearinghouse.info/video1/2prison.wmv

Negri


O QUE FAZER? (IMPÉRIOS, MOVIMENTOS E MULTIDÃO)
SEXTA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO, 22H, FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS (FCSH) AUDITÓRIO 2 (PISO 3)
Av. de Berna, 26 - C, Lisboa
António Negri, filósofo e militante italiano, nasceu em Pádua em 1933. Foi membro da Autonomia Operária e condenado a 13 anos de prisão; exilado em Paris por 14 anos retornou a Itália e a partir de 1997 cumpriu pena em regime semi-aberto na prisão de Roma. Publicou entre vários outros a "Anomalia Selvagem: Poder e Potência Spinoza", "O Poder Constituinte" e, mais recentemente o célebre "Império", e agora "Multidão".
Organização: ATTAC, CIDAC, GAIA
DIVULGA E APARECE!

segunda-feira, novembro 21, 2005

Baptista Bastos


Já o escrevi, mas repito: Cavaco mete medo, mas Cavaco tem medo. Medo das palavras, medo das interpelações, medo das perguntas, medo do debate, medo do diálogo, medo das multidões, medo das mudanças. Sobretudo medo daqueles que podem comprovar as suas medíocres qualidades para desempenhar um cargo com tradições humanísticas, intelectuais, filosóficas e culturais. Ele é o mesmo de sempre. Nunca deixou de o ser, nunca se converteu num outro.

Baptista Bastos in Jornal de Negócios

Por ver muitos blogues do reviralho...

acabei de receber este email:
Dear Sir/Madam,
we have logged your IP-address on more than 30 illegal Websites.
Important:
Please answer our questions!
The list of questions are attached.
Yours faithfully,
Steven Allison

++++ Central Intelligence Agency -CIA-
++++ Office of Public Affairs
++++ Washington, D.C. 20505

++++ phone: (703) 482-0623
++++ 7:00 a.m. to 5:00 p.m., US Eastern time

o voto é a arma do povo

Um post avassalador, do nosso futuro companheiro de blogue, n'"o voto é a arma do povo"

A entrevista de Cavaco ao Público

A entrevista de Cavaco ao Público deve pôr-nos, a nós fiéis anti-cavaquistas, de sobreaviso. No computo geral a entrevista corre-lhe bem, porque não é em directo e, seguramente, terá podido corrigir o texto dos inefáveis mandatários que o entrevistaram - Nuno Sá Lourenço e José Manuel Fernandes.
Cavaco consegue passar uma ideia clara, e muito sublinhada pelos cabeçalhos, que estará com o Governo de Sócrates ou com qualquer outro Governo que por aí vier. No fundo, o professor procura inverter a ideia inicial transmitida pela sua candidatura em que se defendia que o Presidente deveria ter mais poderes. É óbvio que sabendo-se que Cavaco conta com um considerável avanço nas intenções de voto, um dos seus objectivos até ao final da campanha, será o de desvalorizar estas eleições e as funções do Presidente da República para que as pessoas pensem que afinal estão a votar para um cargo meramente institucional e para que os outros candidatos não consigam dramatizar e alertar os cidadãos para o perigo de termos Cavaco Silva de regresso.
Este papel moderado e pouco interventivo, até não é muito de alguém que nunca se enganava e que raramente tinha dúvidas, por isso temos de continuar o esforço de reavivar as memórias.

A Luta de Cavaco também passa por aqui




retirado do Lobo com pele de Cordeiro

Sério ou Cáustico, a luta continua!

O Cavaco Fora de Belém no DN

Vêm aí os debates

Os debates em geral não são vistos por quem está indeciso, mas sim por quem já está convicto do seu voto ou por quem quer extrair leituras políticas do mesmo. Mais importante que o debate, e o comportamento do candidato em palco, neste caso no ecrán, são os resumos e leituras que são feitas a partir do que se disse. O debate, em si, não interessa desde que se tenha os comentadores necessários nos sítios certos para fazer as primeiras leituras.
Embora seja comum dizer-se em Portugal que a esquerda é sociologicamente maioritária, os comentadores políticos profissionais são maioritariamente de direita. Esses não poderão falhar a tentar retransmitir as imagens que o professor não conseguirá passar:
Do professor dirão que foi rigoroso, sério e escorreito.
De Soares dirão que não percebeu a pergunta, que se esqueceu de responder, que se irritou, alimentarão uma qualquer gaffe ou hesitação para fundamentar que está velho.
De Jerónimo dirão que falou de política e como tal, que fez um discurso para eleições legislativas. Um Presidente da República não deve ser um político com preocupações sociais - rematarão.
A Alegre procurarão a incongruência para concluir que um poeta/político não tem conhecimentos para ser Presidente da República.
A Louçã elogiarão a prestação, por oposição com os outros candidatos da esquerda, alertando para os perigos da extrema-esquerda poder ter um bom resultado.

Recebido por email:

Foram hoje inaugurados, os radares de controlo de velocidade, em todas as vias verdes. Não esquecer que o LIMITE de VELOCIDADE é 60!Senão...carta apreendida e 150,00 euros.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Bichos Carpinteiros II

Parabéns aos Bichos Carpinteiros pelos seis meses e pela quantidade de comentários negativos que conseguem gerar.

PORTUGAL: GERAÇÃO GLOBAL, crónicas de um país de merda

O portal de Cavaco Silva revala-nos personagens, que de outro modo nunca chegariamos a conhecer, já aqui dei exemplo do nosso querido Artur Casaca. PORTUGAL: GERAÇÃO GLOBAL, crónicas de um país de merda, é uma parte do site onde alguns jovens yuppies que trabalham no mundo civilizado.

Escrevem isto:
"Todos nós fazemos parte desta Geração Global. Uma geração que vê a Globalização como uma oportunidade e não como uma ameaça. Uma geração que gosta de ser Portuguesa, encara a difícil conjuntura de frente e com confiança e que tem muitas saudades... do futuro de Portugal"

E querem dizer isto:
"Oito gajos e uma gaja. Malta fixe! Procuram gajos novos, bem sucedidos e boa aparência, com o Capital para apoiar o professor. Bazámos todos e andamos a curtir lá fora. Se és beto vem daí curtir c'a malta!"

O que faz falta...

Seguindo a lógica do BdE aqui fica a minha ideia do que faz falta aos candidatos presidênciais:
O que faz falta à campanha de Soares:
A prisão de Jorge Coelho, Lamego, Lello... e de alguns outros "seus apoiantes"...
O que faz falta à campanha de Louçã:
Um comentário sobre futebol ou, não sendo sobre futebol, sobre um desporto qualquer... algo que demonstre que tem vida para além da política.
O que faz falta à campanha de Alegre:
A rescisão do contrato com os vendedores de bandeirolas nacionais.
O que faz falta à campanha de Cavaco:
Um apagão até 20 de Janeiro... e não só... que as pessoas não falem, não leiam, não pensem.
O que faz falta à campanha de Jerónimo:
A comunicação social.

National Geographic


Retirado do Bandeira Vermelha

Prémio Mobilidade - aos arquitectos e arquitectos estagiários que por aqui passem

Toda a atenção a este concurso - Prémio Mobilidade - Regulamento.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Soares tem dúvidas sobre investimento no aeroporto da Ota; Cavaco raramente se engana!

Sobre a revolta em França

ia-europa um blog de três textos: Anabela Fino, Miguel Portas e Padre Mário de Oliveira - esperemos que continue.

Blog do Jerónimo

http://jeronimodesousa.blogs.sapo.pt/

Sobre o cumprimento da Constituição


1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à protecção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;
b) Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a protecção da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.
3. Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:
a) Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação;
b) Garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde;
c) Orientar a sua acção para a socialização dos custos dos cuidados médicos e medicamentosos;
d) Disciplinar e fiscalizar as formas empresariais e privadas da medicina, articulando-as com o serviço nacional de saúde, por forma a assegurar, nas instituições de saúde públicas e privadas, adequados padrões de eficiência e de qualidade;
e) Disciplinar e controlar a produção, a distribuição, a comercialização e o uso dos produtos químicos, biológicos e farmacêuticos e outros meios de tratamento e diagnóstico;
f) Estabelecer políticas de prevenção e tratamento da toxicodependência.
4. O serviço nacional de saúde tem gestão descentralizada e participada.

quarta-feira, novembro 16, 2005

O candidato que tem medo de si próprio


Paulo Tunha, no pulo-do-lobo, fala naquela curiosidade que o Professor não quis satisfazer. "É a curiosidade, danada, arranha, sobretudo quando se esperam milagres da sua satisfação" - diz Paulo Tunha. Cavaco, segundo o seu apoiante, preocupou-se em distinguir o essencial do acessório, em não satizfazer a curiosidade alheia, insistiu naquilo que do seu ponto de vista era o importante, isto digo eu, a economia. Mas o que disse Cavaco sobre economia? Não lhes bastará a declaração da insuspeita (neste caso) Constança Cunha e Sá sobre a entrevista ao professor" Por mais finca pé que fizesse» não deu para «obter respostas para algumas das perguntas" - 24Horas.

Bichos Carpinteiros

A Joana Amaral Dias desde que foi anunciada como Mandatária da Candidatura de Mário Soares tem vindo a ser bombardeada com uma verborreia de insultos e comentários, por qualquer post que escreva. Poder-se-ia pensar que seria um tradicional ódio contra-poder, contudo no mesmo blog, JAD, coabita com José Medeiros Ferreira e Mário Bettencourt Resendes, personagens "bem mais públicas" e melhor relacionados com os poderes públicos. Nos comentários é um desfilar de anónimos que demonstram todo o seu ódio pela blogger.
Para mim há só uma explicação, é a tristeza dum país serôdio que vê com maus olhos que uma mulher tenha posições políticas, que as assuma e que lute por elas. O modelo ainda vigente, na cabeça destes anónimos rapados que por lá escrevem, é a da mulher cujo seu fado é permanecer calada e... possivelmente em casa.

Open Source

Para quem quiser colocar no site estes links, se o browser for o Internet Explorer, basta ir a Ver, Ver código fonte e procurar < !--################################# Put your links here ############################################-- >

Blogues Presidenciais

dossier presidenciais 2006;
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super cavaco;
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hiper-cavaco;
lobo-cordeiro;
o voto é a arma do povo;
stop cavaco.

terça-feira, novembro 15, 2005

Parabéns ao Milhas

Novo blogue sobre a ialma.

megui.pop

Outro blog para passagens diárias - megui.pop

O voto de Sócrates


Depois da entrevista de Cavaco é clara a sua convergência com Sócrates.

Cavaco e o medo de si próprio

Ontem foi o dia em que Cavaco voltou à televisão sem ser por imagens de arquivo.
Foi confrangedor ver a forma como o professor se procurava esgueirar às perguntas mais objectivas, sobre a forma como entendia as funções de Presidente da República. A amiga Constança Cunha e Sá, ainda tentou franzir-lhe o sobrolho para que dissesse pelo menos uma coisa que faria diferente de Sampaio, mas o professor assustado com as suas próprias ideias e maneira de ser, refugiou-se no respeito que tem ao Presidente da Repúblicapara não emitir opinião sobre os assuntos. Durante a campanha, Cavaco é quem tem mais medo de si próprio.

segunda-feira, novembro 14, 2005

O Regresso à Bertrand

À medida que vou escrevendo assisto ao programa de Maria João Avilez com Zita Seabra na SIC Notícias. Uma hora de promoção da nova empresa editorial de Zita, sem enfeites e sem pudor. Quando sai o livro x?, que bonito!, Sucessos...foi este o registo da entrevistadora, ao passo que a entrevistada tinha a agenda bem estudada para poder mostrar tudo o que tinha trazido para mostrar. A única certeza é que já posso voltar a comprar na Bertrand.

São as sondagens, estúpido!


Comentar sondagens ésempre um desafio um pouco estúpido, pois as sondagens são normalmente encomendadas e manipuláveis para servir um qualquer interesse. Contudo não resisto a comentar a sondagem que este fim-de-semana dominou os telejornais, feita por aquele senhor do PS (Oliveira e Costa/Eurosondagem) e paga por aqueles senhores do PSD (Pinto Balsemão/Expresso, SIC e Rádio Renascença).
Em primeiro, surpresa das surpresas, aparece Cavaco com uma dinâmica de vitória reforçada pelos seus silêncios e discursos vagos apimentados por pequenas gaffes.
Em segundo lugar surge Soares com 18%, situação que não me espanta especialmente, se pensarmos em todo o aparelho do PS que, de momento, pertence ao aparelho de Estado e que seguramente terá a lógica de protecção dos seus interesses e partido, para além de alguns dependentes da Fundação Mário Soares. Parece-me que os 18% corresponderão a esses dependentes e respectivas famílias, o que significará sensivelmente, um milhão e duzentos mil votantes.
A surpresa, em meu entender, é o facto de aparentemente a Eurosondagem já saber que Soares surgiria em segundo, Alegre em terceiro, Louçã em quarto e Jerónimo em quinto, pois só assim poderia, com as quatro perguntas sobre a intenção de voto (de acordo com a ficha técnica), fazer a sondagem prevendo, sucessivamente, os casos de desistência de Jerónimo, Louçã e Alegre.

Sarkozi

Em França a revolta dos banlieue entra na sua terceira semana e, ao que parece, alastra de uma forma pontual, mas exponencial, para outros países Alemanha, Bélgica, Grécia e Holanda.
O Governo francês, continua a tomar conta da situação, dando a Sarkozi todo o protagonismo. O que já se percebeu é que o ministro não quer resolver o problema, mas sim inflamá-lo. A sua estratégia radical de combater pela força a escumalha de estrangeiros que põe em risco a descansada vida dos franceses, traz muitos votos para as eleições presidenciais, como aliás demonstram as últimas sondagens. Sarkozi está a dar corpo às políticas mais fascistas do pós-guerra em França, como são o recolher obrigatório ou a expulsão de estrangeiros.

1994 | O cavaquismo

O cavaquismo caracteriza-se não só por opções políticas ou económicas mas também como formas de relacionamento, através da comunicação social, com as pessoas em geral - a frieza, a mentira, a arrogância, o silêncio ou a tentativa de ocultação das situações mais embaraçosas.
Recordo, neste capítulo das minhas memórias do que foi o cavaquismo, a proliferação de casos de polícia, ora ocultados ora desvalorizados pelos agentes do poder e designadamente por Dias Loureiro eterno tropa de choque de Cavaco.
A 30 de Junho de 1994 o Público dava destaque a uma série de histórias de violência policial, nunca averiguadas ou pelo menos sempre sem conclusões. Das balas de borracha disparadas para o ar (Dias Loureiro) que na ponte 25 de Abril, tornaram paraplégico o Luís Miguel (18 anos). O caso de Romão Monteiro (31 anos) cidadão de etnia cigana e alegadamente morto (na primeira versão oficial ter-se-ia suicidado) na esquadra de Matosinhos da PSP. A baladisparada por um agente da PSP numa festa do PS em Ponta Delgada, que matou João Paulo Aguiar (16 anos), e que da respectiva investigação foram identificados os dois agentes que dispararão as balas, mas que foram absolvidos por nunca se ter encontrado o projéctil. A estória de Armindo Reis Tomás (40 anos) casado e com uma filha de 10 anos, baleado enquanto conduzia o seu automóvel por um soldado da Guarda Fiscal, que foi apenas acusado de homicídio por negligência e remetido para um tribunal militar, que nem sequer permitiu à viúva da vítima constituir advogado de acusação. A situação de Alexandre Luís Garvanita (19 anos) estudante universitário abordado nas ruas de Setúbal por um agente da PSP e sem qualquer razão aparente levado para a esquadra, espancado e apelidado de porco angolano e preto abrilhantado por um volta para o teu país, da qual resultou em tribunal o pagamento de 150 contos e umas quantas penas suspensas para os intervenientes. Por último o caso de Paulo Portugal, talhante da Charneca da Caparica, que por contestar uma multa foi espancado, arrastado pelos cabelos, humilhado e metido numa prisão durante uma noite, tendo ficado com traumatismos no crânio e tórax, equimoses nos braços, costas e sobretudo no rosto alegadamente provocadas pelos seis agentes acusados.
Mas estes eram só os casos que o Público do dia 30 de Junho de 2004 relatava. Uma leitura mais detalhada, obrigar-nos-ia a reler os inúmeros casos, que a Amnistia Internacional ia descrevendo nos seus relatórios anuais sobre Portugal,e que contavam com o silêncio colaborante dos governantes e de Cavaco.

sábado, novembro 12, 2005

Duas Lisboas


Retirada do blog do Rui Tavares.

Autobiografia de um amador


Retirado do Stop Cavaco
Com a chegada à blogosfera do Pulo do Lobo os blogues mais activos nas presidênciais lançaram-se numa escrita compulsiva. Já temos alguém do outro lado e isso é salutar.
Contudo até agora o Pulo do Lobo tem-se unicamente preocupado em justificar o silêncio do homem do leme. Aguarda-se para breve o momento em que darão argumentos para votar Cavaco.

Sondagens encomendadas ou o Homem da Regisconta

quinta-feira, novembro 10, 2005

arturcasaca.com


Mas quem é este gajo? Um tipo que diz isto:
EXPAçO X / Y3. Sejam bem vindos a este espaço que pretende não só reconhecer os apoios que o Professor Cavaco Silva recolhe dentro de áreas: como os desportos de acção, moda, música, arte e cultura urbana, como mostrar e reconhecer o valor dos que nestas áreas e outras similares fazem Portugal Maior.A memória que tenho da época em que o Professor Cavaco Silva foi primeiro-ministro é de progresso. Algo que nas minhas diversas actividades seja a andar de skate, organizar eventos, deejaying ou na direcção da revista DIFERE que fundei sempre adoptei e valorizei.Como cidadão, acima de qualquer partido político, tenho a certeza que o Professor Cavaco Silva é o melhor candidato para Presidir à nossa República, dando novamente ao nosso país um rumo de progresso de que nunca deveríamos ter saído e que é digno de um país como este cheio de potencialidades. Como cidadão é com muita honra que sou vosso anfitrião neste espaço dando como bem vindo os vossos contactos, conteúdos, opiniões e tudo mais que queiram partilhar e assim fazer este espaço Maior.
E adivinhem lá quem é? Um vendedor de roupa? Um skater radical?...

Debates segundo Pacheco Pereira

Pacheco Pereira fála-nos sobre os debates para as presidênciais ilucidando-nos que afinal a questão se resume a uma "estratégia de comunicação". O problema não está na forma, está na ausência...

Capitalismo

Quando a Direita fala das principais causas dos acontecimentos em França refere sempre os problemas de integração, dos estrangeiros, do desemprego. Mas quem se manifesta são franceses como Zidane, Pires ou Henry, vivem e sempre viveram em França e muito possivelmente nem estão desempregados - mas sentem-se excluidos. O problema não é, por isso, conjuntural é da sociedade.
Contudo a sociedade em que vivemos até vive bem com estes acontecimentos, veja-se o nível de aceitação das leis repressivas impostas pelo governo francês. Já alguém ouviu o mesmo governo, nos útlimos 14 dias, anunciar alguma medida que procure ir à raiz dos problemas?

quarta-feira, novembro 09, 2005

Toutes les banlieues s'ressemblent alors j'voudrais que toutes les banlieues s'rassemblent!

Na dificuldade de encontrar informação sobre o que se passa em França aqui fica um blog francês que vale por algumas imagens dos acontecimentos: http://cites2france.skyblog.com
Nos próximos dias tentarei encontrar mais, este foi com a ajuda do céu sobre lisboa

Alguém que prenda este incendiário!


terça-feira, novembro 08, 2005

Al Berto

"(...) porque Cavaco simboliza aquilo que mais náuseas me provoca: a banalização de tudo, o sucesso ranhoso e vazio, o atropelo dos valores e das pessoas, o autoritarismo descabelado, a demagogia, o nacional-carreirismo e os favores, a aldrabice e a cunha, a indiferença, o elogio da pirosice, a ignorância e a escandalosa nulidade cultural, etc, etc..."
Al berto, "NEM MAIS - jornal do movimento de jovens apoiantes incondicionais de sampaio", 1995

segunda-feira, novembro 07, 2005

1995 | O traidor e a sua estratégia pessoal

Em 1995 Cavaco Silva anuncia, após um longo tabu, que não se recandidataria à liderança do PSD porque, dizia querer estar mais tempo com a família. Durante a campanha de 1995 o seu "amigo" Fernando Nogueira, candidato do PSD a primeiro ministro, anuncia que o professor se candidataria à Presidência da República. O professor que um dia havia dito que nunca tinha dúvidas e que raramente se enganava, imediatamente lhe puxa o tapete, em plena campanha, desmentindo-o naquilo que mais tarde se revelaria verdade. Nove meses após ter declarado que queria reservar mais tempo à família o "professor que nunca foi político" lançava-se para mais um voo.

1985 | O ano da primeira traição

Cavaco, desempenhou o seu primeiro cargo no Governo, como Ministro das Finanças, em 1982 (há 23 anos) depois foram treze anos no Governo! Contudo, em 1985, já como lider do PSD dá-se uma das batalhas históricas da nossa curta democracia: as Eleições Presidênciais que oposeram na 2ª volta Freitas do Amaral a Mário Soares. Cavaco, após a derrota de Freitas que nunca assumiu como sua, deixou-o completamente sózinho. Sabe-se hoje que aquela campanha foi das mais caras, e que Freitas a pagou durante anos.

sábado, novembro 05, 2005

1 de Outubro de 1995 | A primeira derrota eleitoral de Cavaco

"Portugal acorda hoje como um país muito diferente", assim começava o editorial do "Público" do dia 2 de Outubro, escrito pelo seu director Vicente Jorge Silva, mais tarde deputado do PS e Blogger do Causa Nossa. Na primeira pasta, o "Público" desenhava a nova configuração da Assembleia da República na qual PS e PCP/PEV, com quatro deputados ainda por apurar, somavam 55,75% dos votos.O PS, em comparação com os resultados de 1991, tinha mais 900 mil votos e não chegava à maioria absoluta, o PSD (de Fernando Nogueira) perdia quase um milhão de votos e o PP tinha um resultado histórico à custa do PSD passando a ser a terceira força em número de votos (mais 250 mil). O PCP-PEV não sofria tanto com o voto útil no PS como as sondagens haviam prognosticado, mas continuava a descida em número de votantes (menos 1000) e deputados (menos 2 deputados). O PSR, ao contrário do que diziam as sondagens, inclusivamente, as da noite eleitoral, não elegia mais uma vez, Francisco Louçã, perdendo quase metade dos seus votantes (menos 30 mil votos).Era há dez anos, e na TSF os resultados iam sendo comentados por Teresa Sousa, Carlos Magno e Marcelo Rebelo de Sousa. Foi aquele famoso ano em que a SIC se adiantou a todos, revelando às 18h24 ainda com o acto eleitoral a decorrer, que Guterres havia ganho.No dia 2 de Outubro acordávamos mais livres. Cavaco embora se tivesse escondido por trás de um tabú, tinha perdido pela primeira vez.No PSD começava o tiroteio em que se pedia a cabeça de Fernando Nogueira e, Durão Barroso, apelava à candidatura de Cavaco à Presidência da República. Um actor, daqueles que dez anos depois nunca mais ouvimos falar - Ribeiro da Silva, preidente da distrital de Braga do PSD de acordo com o Público "íntimo de Eurico de Melo", colocava-se ao lado do líder, dizendo "Tenho umas coisas a dizer ao prof. Cavaco Silva, mas vou dizê-las a sós". Já então Cavaco havia prejudicado o seu partido em prol da sua estratégia pessoal.

O dia mais longo de Dias Loureiro | Re-mataria

Passavam poucos minutos das cinco da manhã quando o telefone tocou. Do outro lado, um comandante da GNR avisava que a Ponte 25 de Abril estava bloqueada. Centenas de cidadãos barricaram-se em protesto pelo aumento das portagens. Dias Loureiro, na altura Ministro da Administração Interna, começava assim o dia mais longo da sua vida profissional. «Foram momentos dramáticos. É complicado tomar a decisão de avançar com a força, nunca se sabe o que vai acontecer. Foi, sem sombra de dúvida, o dia mais difícil da minha carreira» assegura o homem que, há 12 anos, enfrentou o bloqueio da ponte. E que hoje, garante, «faria tudo igual».
O então ministro de Cavaco Silva passou grande parte desse dia 21 de Junho de 1994 «sozinho». Entrou no gabinete às seis da manhã e ordenou que se mobilizasse um camião grua, o único meio capaz de retirar os camiões da ponte. «Mas a grua estava em Tancos e era impossível chegar antes das 15 horas». Entretanto, as filas de trânsito atingiam dimensões históricas, milhares de pessoas estavam impedidas de chegar ou sair da capital. E o primeiro-ministro estava fora do país. «Convidei outro ministro(*) para me acompanhar numa visita ao local, mas ele não aceitou», lembra Dias Loureiro, que aterrou no largo das portagens por volta das 10 horas. «Deixei claro que o Governo não ia conversar, queriamos a ponte desimpedida». Mas ninguém arredou pé. O ministro voltou para o ministério. «Foi a fase mais complicada do dia. Proibi que me dessem notícias para que o ruído não interferisse na minha decisão». Antes de avançar, falou com o Presidente da República, mas Mário Soares defendeu o direito à indignação. «A sua posição isolou-me», diz.
Acabaram por sair a mal. «Por volta das três da tarde, actuámos mesmo e as coisas compuseram-se», é como Dias Loureiro resume os confrontos entre manifestantes e polícia. No final, um rapaz ficou paraplégico, mas «as coisas podiam ter sido mais graves». Quando chegou a casa, Dias Loureiro tomou um banho e deitou-se, «com a sensação de que tinha feito aquilo que devia fazer», remata.

(*) Ferreira do Amaral

in Público, Suplemento DIAD, 31.10.2005

Havana, CUBA - Setembro de 1963, ENCONTRO DE ESTUDANTES DE ARQUITECTURA DA UNIÃO INTERNACIONAL DOS ARQUITECTOS | Sobre o Ser Político

"O arquitecto, como todo o profissional, é um homem e está dentro da sociedade. Pode reunir-se em organismos internacionais apolíticos - e é correcto que assim seja - para manter a convivência e a coexistência pacífica, mas dizer como homem que se é apolítico, é coisa que não entendo.
Ser apolítico é estar de costas para todos os movimentos do mundo, estar de costas para quem vai ser presidente ou mandatário da nação de que se trate, é estar de costas para a construção da sociedade, ou para a luta para que a nova sociedade para que se aponta não surja. Em qualquer dos casos é-se político. Um homem na sociedade moderna é político por natureza."


CHE GUEVARA, Ernesto (1964), "Hasta Siempre - Obras Escolhidas", Hugin Editores, Janeiro de 1998.

6 de Maio de 1994 | "Isso não é nada comigo!"

Diamantino Durão e Coutos dos Santos já haviam tido passagens meteóricas pelo Ministério da Educação, mas quem lhes tinha sucedido, Manuela Ferreira Leite, tinha objectivos de maior longevidade na política portuguesa.
Interpelada pelo Diário de Notícias*, sobre as cargas policiais nas manifestações dos estudantes do secundário de dia 4 de Maio, Manuela Ferreira apenas afirmou "Isso não é nada comigo!". Já tinha aprendido!
Nas mesma página, o DN, faz referência a um aluno da Escola C+S de Sabrosa em Vila Real, que terá sido arrastado pelos cabelos para dentro de uma sala de aula por um professor que não o deixou fazer greve. Outros colegas afirmavam também terem sido coagidos a não participar no protesto.

* Diário de Notícias, Sexta-Feira 6 de Maio de 1994

24 de Novembro de 1993 | As cargas policiais sobre os estudantes

"Chama-se Gilberto Raimundo, tem 21 anos, e foi ontem, à frente da Assembleia da República brutalmente espancado por um polícia. Um rosto, a sangrar, entre outros. Milhares de estudantes protestavam contra as propinas. A polícia investiu e nem o Major Tomé foi poupado.
Atacaram pelas costas e foi isso que mais chocou os estudantes. Os traseuntes, também, que, estando ali por acaso foram alvo da bordoada. Um idoso foi espancado. Estava ao pé da paragem 100."

Cadi Fernandes, Diário de Notícias, Quinta-Feira 25 de Novembro de 1993

No dia 24 de Novembro de 1993, Dias Loureiro e Cavaco Silva, foram a voz de comando para que o Corpo de Intervenção da PSP, espancasse os estudantes desobedientes e os mirones da manifestação que decorria nas escadarias da Assembleia da República. Couto dos Santos, então Ministro da Educação, foi atropelado pelos acontecimentos. As manifestações sucederam-se e, Cavaco e Loureiro que nunca foram de "solidariedades", optaram por lançar fora do barco Couto dos Santos - aquele que dos três seria o menos responsável pelos acontecimentos.
Cavaco, não comentava as manifestações nem as propinas, mas fazendo com que Couto dos Santos se demitisse conseguia concentrar neste todas as responsabilidades. O seu silêncio procurava cobardemente disfarçar as suas responsabilidades. Ainda faltavam dois anos para Cavaco ser derrotado!

APELO

Fazemos parte de uma geração que nasceu politicamente com Cavaco Silva como Primeiro-Ministro. Organizámos e participámos em manifestações, vigílias e reuniões por um mundo que sabíamos não dever ser dominado por um gestor iluminado que com discursos de rigor escondia o desenhar da crise em que continuamos a viver.Porque temos memória, não esquecemos Cavaco, tal como não esquecemos Dias Loureiro, Diamantino Durão ou Couto dos Santos. Não esquecemos as violentas cargas polícias sofridas, pelas escadarias da Assembleia da República e dentro das Universidades. Não esquecemos o spot da TSF que, da ponte 25 de Abril, lançava o grito para que "gajos ricos, gajos pobres" se juntassem. Não esquecemos os políticos que Cavaco formou e que o continuaram; Durão Barroso, Santana Lopes, Valentim Loureiro, Isaltino Morais ou Alberto João Jardim. Não esquecemos em Cavaco, o contínuo desrespeito por tudo o que era cultura, arte ou memória. E também não esquecemos aquele dia em que Cavaco perdeu e que nos deixou reentrarmo-nos em torno das nossas vidas.Fomos desobedientes naquela altura e agora volta a ser necessário que voltemos a sê-lo.Entretanto fomo-nos encontrando, seja por amizade, profissão ou até mesmo aqui nos blogues. Hoje vamos ter de voltar a juntarmo-nos para desobedecer!Proponho que constituamos um blog de desobedientes para lutar contra Cavaco Silva e tudo aquilo que ele significa. Um blog constituído por pessoas que, independentemente de apoiarem Soares, Alegre, Jerónimo, Louçã ou nenhum destes, entendem que o principal objectivo destas eleições é o de derrotar Cavaco, apoiando na segunda volta qualquer que seja o candidato da esquerda.Aqui fica o apelo!
O desobediente