segunda-feira, dezembro 31, 2007

O Natal do Capital

... Primeiro veio o Berardo. E comeu.
... Depois veio o Santos Ferreira. E comeu.
... Depois veio o Vara. E comeu.
... Depois veio a Opus Dei...
Não, não. A Opus Dei, foi com o Cadilhe e o Bagão no comboio ao Circo.

domingo, dezembro 30, 2007

O. [actualizado]

O esperado telefonema com a notícia de um novo nascimento, esbarrou afinal, na notícia inesperada da morte de um amigo. Os amigos caiem quando menos esperamos e sempre de uma forma injusta.

[actualização]
Pela blogosfera surpreendo-me com a quantidade de memórias do textos Olímpio. Destaco o texto do José Mário Silva, por ser o que mais se aproxima do Olímpio que conheci e das linhas que não consegui escrever.

sábado, dezembro 29, 2007

Faria de Oliveira - CGD

Afinal Menezes tinha razão. Menezes falou e Cavaco "à sucapa" facturou. Mais um boy "competente", neste Carnaval do Bloco Central.
Já não há pachorra.

Armando Vara - tudo bons rapazes

Sobre Armando Vara destaco o texto do José Carlos Mendes, e os links que nos faculta:
"Morais, GEPI e construtora da Covilhã fizeram moradia de Armando Vara" - Público, 20.04.2007
"Armando Vara administrador não executivo da PT" - Agência Financeira, 02.02.2006
"Sovenco - Sociedade de Venda de Combustíveis" - Blog Acanto, 17.02.2005
"Armando Vara é um bluff?!..." - Avante, 12.04.2001
"Armando Vara recorreu a instituto público para fazer casa particular" - Notícias Lusófonas, 20.04.2007
"Em defesa da confidencialidade das fontes" - Sindicato dos Jornalistas, 15.01.2001

Carlos Santos Ferreira

«Carlos Santos Ferreira é, sem qualquer dúvida, um homem competente, e por isso pergunto: como é que alguém que é pago com o dinheiro público para defender esse interesse público, pode aceitar a simples ideia de «deslocar» o Presidente da Caixa para o seu maior concorrente e ainda por cima privado? Achará o próprio Carlos Santos Ferreira, bem como os promotores da ideia, que ele esquecerá tudo o que sabe sobre a Caixa no dia em que dela se demitir?»
Público, Prof. Catedrático do ISEG João Duque

O problema é que isto não é só verdade para gestores públicos mas também para Ministros, veja-se Pina Moura ou Ferreira do Amaral. Ou seja, é cada vez mais frequente, a utilização de um lugar público privilegiado como trampolim para um cargo num privado.

quarta-feira, dezembro 26, 2007

"Os Operários do Natal" (II)


Alguém que não conheço, fez um site que disponibiliza online todas as músicas d' "Os Operários do Natal". O disco que no ano passado tanto procurei está a partir deste ano largamente difundido. Aqui fica o site: "Os Operários do Natal"

[via LisboaLisboa]

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Manifesto da Antropofagia Periférica



Através do Paisagir, descubro este manifesto:

Manifesto da Antropofagia Periférica

"A Periferia nos une pelo amor, pela dor e pela cor. Dos becos e vielas há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune. Eis que surge das ladeiras um povo lindo e inteligente galopando contra o passado. A favor de um futuro limpo, para todos os brasileiros.A favor de um subúrbio que clama por arte e cultura, e universidade para a diversidade. Agogôs e tamborins acompanhados de violinos, só depois da aula.Contra a arte patrocinada pelos que corrompem a liberdade de opção. Contra a arte fabricada para destruir o senso crítico, a emoção e a sensibilidade que nasce da múltipla escolha.A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.A favor do batuque da cozinha que nasce na cozinha e sinhá não quer. Da poesia periférica que brota na porta do bar.Do teatro que não vem do “ter ou não ter...”. Do cinema real que transmite ilusão.Das Artes Plásticas, que, de concreto, querem substituir os barracos de madeira.Da Dança que desafoga no lago dos cisnes.Da Música que não embala os adormecidos.Da Literatura das ruas despertando nas calçadas.A Periferia unida, no centro de todas as coisas.Contra o racismo, a intolerância e as injustiças sociais das quais a arte vigente não fala.Contra o artista surdo-mudo e a letra que não fala.É preciso sugar da arte um novo tipo de artista: o artista-cidadão. Aquele que na sua arte não revoluciona o mundo, mas também não compactua com a mediocridade que imbeciliza um povo desprovido de oportunidades. Um artista a serviço da comunidade, do país. Que, armado da verdade, por si só exercita a revolução.Contra a arte domingueira que defeca em nossa sala e nos hipnotiza no colo da poltrona.Contra a barbárie que é a falta de bibliotecas, cinemas, museus, teatros e espaços para o acesso à produção cultural.Contra reis e rainhas do castelo globalizado e quadril avantajado.Contra o capital que ignora o interior a favor do exterior. Miami pra eles? “Me ame pra nós!”.Contra os carrascos e as vítimas do sistema.Contra os covardes e eruditos de aquário.Contra o artista serviçal escravo da vaidade.Contra os vampiros das verbas públicas e arte privada.A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.Por uma Periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor.É TUDO NOSSO!"

Sérgio Vaz
Poeta da Periferia

domingo, dezembro 23, 2007

Carlos Santos Ferreira

Numa pesquisa rápida no Google, não consegui encontrar qualquer fotografia de Carlos Santos Ferreira. De acordo com a SIC Online é casado e tem dois filhos (mesmo o que eu queria saber!). É a este homem, cujo nome ouvi nos últimos dias pela primeira vez, que entrego mensalmente a coima por não ter dinheiro para comprar uma casa (e muito menos para alugar!). Quando oiço falar em BCP, CGD, Ulrich, Vara e afins recordo o Zeca Afonso:

No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vêm em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada

Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada [Bis]

A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas

São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei

Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

Clarificar as águas

Por mais que as cabeças mais exaltadas rapidamente generalizem, não consigo associar aos amigos que tenho na Lista A candidata à Ordem dos Arquitectos e, designadamente ao João Belo Rodeia, o tipo e modos de acção que alguns dos seus correlegionários estão a ter nestas eleições. Sob o anonimato, e de blogue em blogue, tentam denegrir e espalhar calúnias sobre todos os arquitectos que não apoiam e/ou são candidatos pela referida lista. A estes e aos meus amigos, nem os consigo imaginar sentados à mesma mesa.
Entendo que seria interessante para a própria lista, identificar o(s) impulsionador(es) deste(s) comportamento(s) e destas atitudes cobardes, pois com toda a certeza caso ocupem um qualquer cargo de poder, transformar-se-ão em pequenos inquisidores, continuando a lógica das perseguições internas e em nada favorecendo o espírito associativo.

"Operários do Natal" (I)


Operários do Natal (1978)
Textos de Ary dos Santos e Joaquim Pessoa.
Música e interpretação de Carlos Mendes, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho.
Voz de Maria Helena D'Eça Leal












Saído de uma época em que o Natal não era visto a uma só cor, os "Operários do Natal", contribuíram para este que vos escreve nunca ter tido a desilusão de descobrir que o Pai Natal não existe. Mas não é só isso que estas músicas nos dizem, focam a essência do Natal em quem realmente o faz, transformam a vida e o Natal numa festa de pais os amigos e combatem-se as construções da mentira:

"não nos mintam nunca mais
a mentira é uma vergonha
fomos feitos pelos pais
não viémos na cegonha"


No ano passado, depois de um procura sem frutos nas lojas de discos de referência, graças aos avós, conseguimos transformar a cópia de vinil em CD, para que estas músicas também fizessem parte da construção da vida da Amélia.
Na altura pensei disponibilizá-lo também na internet, para quem como eu, também passou muitos natais a ouvir que o Natal é feito pelos amigos. Contudo este ano surpreendi-me pelo facto da Mir estar a disponibilizá-lo no seu blogue, mais tarde também acompanhada pelo Samuel. É bom partilhar estas coisas:

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[ouvir mais "Operários do Natal"]

quinta-feira, dezembro 20, 2007

PCP sobre a Situação na Ordem dos Arquitectos

A situação é inusitada, cada vez mais alarmante no que diz respeito às boas práticas democráticas e preocupante numa associação de direito público que se quer forte e representativa de todos os seus associados. Não sei se pela primeira vez, o PCP entendeu, de uma forma pública e clara, apelar a que todos os arquitectos intervenham na Ordem dos Arquitectos para "libertar a OA da estreita teia de interesses particulares em que alguns dirigentes a foram fechando".
Neste momento, nenhum outro partido poderia emitir um comunicado com esta clareza e que fizesse de uma forma tão firme eco do que pensa a esmagadora maioria dos associados da Ordem dos Arquitectos:

"Sobre a situação na Ordem dos Arquitectos
A Ordem dos Arquitectos chegou às eleições do passado dia 30 de Outubro com uma situação interna particularmente degradada. Ao longo dos três últimos anos, com órgãos sociais de diferentes composições, a OA foi-se deparando com sucessivas situações de bloqueio que têm sido, em grande medida, expressão de uma continuada e irresponsável disputa de poder entre órgãos nacionais e regionais. A grande maioria dos arquitectos portugueses alheou-se da vida da OA, e muitos encaram-na com desinteresse e desconfiança.
A essa situação veio acrescentar-se um processo eleitoral polémico, conflituoso e pouco transparente, que levou uma candidatura, excluída do processo, a interpor recurso dessa decisão no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa. O tribunal acaba de considerar procedente o recurso e, em consequência, de considerar nulo o processo eleitoral.
A lista mais votada nas eleições agora anuladas tinha entretanto tomado posse, acrescentando uma precipitação incompreensível à confusão existente. No discurso proferido na altura o candidato dessa lista a Presidente do Conselho Directivo Nacional, embora sabendo que o referido processo ainda decorria, assumiu uma posição agressiva e fechada que em nada indicia que nesta lista existam capacidade ou condições para ultrapassar a lamentável situação com que a OA se depara. Esse discurso não deu início a qualquer “novo ciclo”. Foi mais um momento de um velho ciclo e mais um elemento de agravamento da crise que paralisa a OA.
Dificilmente uma candidatura consegue, como esta conseguiu, perder a credibilidade ainda antes de ser validamente votada. Pela sua composição, pelas responsabilidades que os seus representantes têm no actual estado da Ordem dos Arquitectos, pela forma como lidaram com este processo eleitoral e pelo comportamento assumido desde então esta candidatura, hoje sem legitimidade, não justifica qualquer crédito.
A situação na OA poderá eventualmente ser ultrapassada. Mas os obstáculos são muitos e complexos. A degradação da sua situação interna e o alheamento dos arquitectos não são dissociáveis da própria configuração estatutária da Ordem, do modelo de institucionalização seguido, da distância crescente entre a natureza e os limites corporativos da instituição face ao perfil e às necessidades concretas de acesso e exercício da profissão.
Os arquitectos comunistas do Sector Intelectual da ORL do PCP lançam um veemente apelo a todos os arquitectos no sentido de que intervenham na vida da sua associação profissional. No sentido de que contribuam para libertar a OA da estreita teia de interesses particulares em que alguns dirigentes a foram fechando. No sentido de que se possa reconstruir uma OA legítima e credível, e mais capaz de representar efectivamente os interesses, as aspirações e o papel dos arquitectos na sociedade portuguesa."


[link]

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Há qualquer coisa que parece não estar a acontecer:

"A possibilidade de não recorrer, explica Rodeia, "tem a vantagem de devolver às pessoas a hipótese de voltar a escolher, e nós não tememos novas eleições". No entanto, afirma, "o acórdão do tribunal põe em causa a colegialidade, que sempre foi um valor identitário da Ordem". Se a actual direcção aceitar a decisão judicial estará a aceitar essa quebra da colegialidade."
Pode a Ordem dos Arquitectos não aceitar uma decisão do tribunal?

" Para Rodeia, é "uma tristeza, e um péssimo precedente, os assuntos da Ordem estarem a ser tratados em tribunal e por advogados".
Concordo. É muito triste que um associado da OA se veja impedido de apresentar recurso dentro desta instituição e tenha de ser um tribunal a por ordem na Ordem. Por isso entendo que devem ser convocadas rapidamente novas eleições e responsabilizado quem, pelo seu entendimento autocrático, colocou a Ordem nesta situação.

"Nos próximos dias a direcção da Ordem dos Arquitectos deverá anunciar se vai ou não interpor recurso à decisão judicial"
Tal como sucedeu, com a não participação de Manuel Vicente e outros candidatos nas decisões que diziam respeito a este processo, toda a nova direcção recentemente empossada deverá estar politicamente inibida de tomar a decisão de recurso. Não se trata de "defesa da Ordem", pois o processo foi interposto contra uma decisão da Comissão Eleitoral, não acarreta qualquer custo/multa para a OA - que não a da equipa de advogados contratada. A decisão do recurso implica apenas a defesa do acto eleitoral que elegeu a actual direcção, situação da qual os actuais dirigentes da OA são os únicos beneficiários.
Assim sendo, apenas a Assembleia Geral pode decidir se quer ou não apresentar recurso e lutar pela validade do acto eleitoral que elegeu a actual direcção. Todos os órgãos da Ordem, após a decisão judicial e ainda que haja recurso, passaram a estar em Gestão apenas podendo deliberar sobre a actividade corrente da Ordem.

"Tribunal anula eleições da Ordem dos Arquitectos, direcção pondera recurso"

PÚBLICO 17.12.2007, Alexandra Prado Coelho

Decisão judicial dá razão a Manuel Vicente, cuja candidatura não foi aceite nas eleições de Outubro
Nos próximos dias a direcção da Ordem dos Arquitectos deverá anunciar se vai ou não interpor recurso à decisão judicial de anular as eleições realizadas a 18 de Outubro, e contestadas pelo arquitecto Manuel Vicente, cuja candidatura não fora aceite pela comissão eleitoral da Ordem.
Na sexta-feira, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa veio dar razão a Manuel Vicente - o que significa que um eventual recurso terá que ser apresentado num prazo de 15 dias.
"Ainda não temos uma decisão tomada", disse ao PÚBLICO o arquitecto João Rodeia, o recém-eleito presidente da Ordem. "As duas possibilidades [recorrer ou avançar para novas eleições] têm prós e contras."
Manuel Vicente, por seu lado, diz que a decisão judicial o deixou "muito mais feliz como cidadão do que como arquitecto" e que irá reunir o colectivo da candidatura no início de Janeiro para discutir a posição a tomar perante a nova situação.
Quanto ao candidato da Lista B nas últimas eleições, o arquitecto Luís Conceição, manifestou, em declarações ao PÚBLICO, a sua satisfação "por se ter feito justiça" e por "terem ganho a ética e a moral". Sublinhando que sempre defendeu que Manuel Vicente deveria poder concorrer, Luís Conceição declara-se disponível para voltar a participar em eventuais novas eleições. "Não tenho dúvidas de que não serei eleito, mas para mim é uma questão de princípio", disse.
Risco da paralisia
A possibilidade de não recorrer, explica Rodeia, "tem a vantagem de devolver às pessoas a hipótese de voltar a escolher, e nós não tememos novas eleições". No entanto, afirma, "o acórdão do tribunal põe em causa a colegialidade, que sempre foi um valor identitário da Ordem". Se a actual direcção aceitar a decisão judicial estará a aceitar essa quebra da colegialidade.
O que está em causa é a figura do presidente, que, para Manuel Vicente, é um orgão próprio dentro da direcção - o que justificaria que ele se pudesse candidatar, tendo já sido por duas vezes vice-presidente. O entendimento da lista de João Rodeia foi sempre diferente: o presidente, o vice-presidente e os vogais do conselho directivo nacional são um órgão só, por isso, ninguém se pode candidatar pela terceira vez, mesmo que seja a um cargo diferente, dentro do mesmo órgão.
A divergência - que parte de interpretações diferentes dos estatutos - ameaça paralisar a Ordem. "Há assuntos importantes que estão a ser negociados e tudo fica paralisado", lamenta Rodeia, sublinhando que a direcção da Ordem "não concorda com a decisão do tribunal, mas respeita-a".
Neste momento, os advogados estão a estudar os passos seguintes, e as respectivas consequências. Se houver novas eleições, será necessário fazer nova campanha eleitoral e o processo poderá demorar pelo menos um mês e meio, calcula João Rodeia. Se for interposto recurso, o processo poderá arrastar-se nos tribunais por um período bastante mais longo.
Para Rodeia, é "uma tristeza, e um péssimo precedente, os assuntos da Ordem estarem a ser tratados em tribunal e por advogados".
Dos 15 mil arquitectos inscritos na Ordem, apenas 16 por cento votaram nas eleições de 18 de Outubro.

domingo, dezembro 16, 2007

sábado, dezembro 15, 2007

Ordem dos Arquitectos - cenários possíveis

Após a decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa que anula o acto eleitoral, a Ordem dos Arquitectos poderá adoptar duas soluções: o recurso da decisão ou a convocação de novas eleições.

A julgar por aquilo que foram dizendo, tanto João Belo Rodeia como Manuel Vicente, que aceitariam a decisão de primeira instância, a hipótese de existir um recurso será pouco crível. Contudo, o comunicado do CDN, é pouco claro e revela uma expressão que poderá enunciar a tentação de recorrer da decisão sob o pretexto da "defesa da Ordem dos Arquitectos" - esclareça-se que de acordo com a sentença não resulta qualquer ónus para a OA, para além das despesas inerentes ao escritório de advogados que o Presidente da Comissão Eleitoral entendeu indicar.
No caso de haver recurso torna-se ainda pouco claro quem o deverá decidir. Os actuais membros do Conselho Directivo Nacional são parte interessada do processo estando desta forma inibidos de o decidir. Sendo assim, apenas restará convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para legitimar a decisão de recurso.

No caso de convocação de novas eleições, mais crível se o bom senso imperar, terá de ser constituída uma Comissão de Gestão para assumir a gestão da OA (serviços nacionais e regionais) até ao acto eleitoral, também ela eleita pelo único orgão que a partir da decisão do tribunal, legitima a Ordem dos Arquitectos - a Assembleia Geral. A Comissão de Gestão deverá ser nomeada em Assembleia Geral e constituída por arquitectos não participantes no acto eleitoral, ou por representantes de todas as listas. Estou em crer que, em virtude do extremar de posições ocorrido, a Ordem dos Arquitectos só conseguirá manter uma actividade regular e garantir um acto eleitoral transparente e livre de suspeições, se a Comissão de Gestão for composta por elementos exteriores às listas.

Por último resta-me uma palavra para que a serenidade e o bom senso impere em todo este processo. A Ordem dos Arquitectos para além de ser uma entidade que deve servir a arquitectura e os arquitectos, tem uma elevada responsabilidade social para com as pessoas que dela dependem, os seus funcionários. Decisões que, por motivos políticos, a transformem num "embrulho jurídico" e que ponham em causa a sua actividade regular, deverão ser evitadas.

Conselho Directivo Nacional e as eleições na OA

Relativamente às tomadas de posição do anterior Conselho Directivo Nacional, do qual fiz parte, cumpre-me esclarecer alguns factos:

Perante dúvidas levantadas sobre a elegibilidade de alguns pré-candidatos à Ordem dos Arquitectos, o Conselho Directivo Nacional a 6 de Setembro, entendeu solicitar um parecer jurídico ao escritório "SÉRVULO CORREIA & ASSOCIADOS
SOCIEDADE DE ADVOGADOS, RL"

A Ordem dos Arquitectos recebeu o parecer do Dr. Rui Medeiros - "Estatuto da Ordem dos Arquitectos - Normas de Direito Eleitoral" no dia 14 de Setembro.

Na primeira reunião da Comissão Eleitoral (18 de Setembro), o Sr. Presidente da Assembleia Geral da Ordem Arq. Carlos Guimarães e por inerencia deste orgão, na posse do parecer do Dr. Rui Medeiros, entendeu referi-lo mas não o disponibilizar às restantes candidaturas nem aos delegados de cada uma das listas na Comissão Eleitoral, embora o mesmo tenha sido requerido. Nesta reunião é decidida a não aceitação da lista C aos orgãos nacionais, tendo sido ratificada a decisão de exclusão, no dia 20 de Setembro. Nenhuma das listas presentes a sufrágio votou a favor da exclusão da lista, tendo a decisão sido aprovada pela votação em bloco dos representantes da Mesa da Assembleia Geral da OA.

A 24 de Setembro, o CDN apercebendo-se que o parecer jurídico não havia sido facultado às listas, resolve torná-lo público através do site da OA.

Dá entrada no Tribunal Administro do Círculo de Lisboa, um processo contra a decisão da Comissão Eleitoral.

É solicitado à Ordem dos Arquitectos, a partir do seu legítimo orgão - CDN, que se pronuncie sobre a matéria da queixa interposta e que nomeie um advogado. O CDN informa o Presidente da Comissão Eleitoral que lhe dará todas as condições necessárias para que a OA se possa defender, ficando a cabo desta comissão a nomeação de um representante legal e elaboração da resposta da OA ao Tribunal, garantindo, o CDN, a integral independência de decisão da Comissão Eleitoral.

O Presidente da Comissão Eleitoral informa o CDN que o escritório de advogados escolhido é o "PLMJ" do Dr. José Miguel Júdice. O CDN reúne e aprova a resposta à queixa elaborada pela Comissão Eleitoral em Reunião Plenária de 4 de Outubro de 2007 com uma declaração de voto subscrita por todos os seus membros com direito de voto (ver aqui).

O Conselho Directivo Nacional, a meio de todo este processo mas em dia que não posso precisar, é informado por quem estava a preparar a defesa da Ordem, que as eleições deveriam ser suspensas até sair a decisão do Tribunal. O Presidente da Comissão Eleitoral é informado, dado que a respectiva comissão era o único orgão que o poderia fazer. A Comissão Eleitoral decide continuar o acto eleitoral.

Nenhum dos membros do Conselho Directivo Nacional, durante a campanha, se pronunciou publicamente sobre esta situação.

Após o acto eleitoral e na sequência de outros factos graves resultantes do próprio dia das eleições, das discrepâncias nos resultados e da eventual posterior violação das urnas de voto, o Conselho Directivo Nacional na sua Reunião Plenária de 28 de Novembro, deliberou enviar todo o processo para os orgãos próprios da Ordem dos Arquitectos e Ministério Público.

Importa ainda esclarecer que, destas deliberações e decisões do CDN, nunca tomaram parte os membros deste orgão candidatos ou proponentes de listas, designadamente, o seu Presidente Manuel Vicente.

Situação na Ordem dos Arquitectos

Um conjunto de emailes recebidos nas últimas 24 horas, alertam-me para o facto de não existir informação sobre a actual situação na Ordem dos Arquitectos. Este blogue irá tentando fazer o ponto da situação, do ponto de vista de alguém que não se candidatou nem apoiou nenhuma das candidaturas e que fez parte da direcção da Ordem nos últimos dois triénios.

domingo, dezembro 09, 2007

Cimeira UE-África

O problema está no centro.
Os países da Europa continuam a ver-se como o centro de uma determinada cultura avançada, sociedades exemplares que os africanos não conseguem absorver. Num planeta esférico continuam a falar em defesa dos valores ocidentais ou nas suas democracias como um património exportável.
Os dirigentes europeus indignam-se quando ouvem falar em campos de concentração africanos (olhando para o lado quando se fala em Guantánamo), prestam solidariedade quando opositores dos diferentes regimes são presos e torturados (pondo uma pala quando manifestantes anti-G8 são presos, torturados e obrigados a entoar canções fascistas em Bolzaneto) e fazem discursos com a lágrima no canto do olho quando há crianças maltratadas (e procuram ocultar os casos de pedofilia).
O problema está no poder e até que ponto o povo deixa ir os seus governantes.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

PETIÇÃO em prol das crianças vítimas de abusos sexuais


Num país, onde ano após ano, se tem vindo a adensar as notícias que revelam a existência de uma enorme rede de pedofilia que aparentemente se encontra bem alicerçada nos corredores do poder político e económico, urge construir uma mobilização popular para a sua desarticulação:
http://www.petitiononline.com/criancas/petition.html

sábado, dezembro 01, 2007

Paulo Pedroso

Janeiro de 2003. Paulo Pedroso entrevistado por Carlos Andrade e Carlos Magno no Grande Júri TSF. Fala sobre justiça e sobre ilegalidades, fala sobre Fátima Felgueiras dizendo que a sua prisão terá sido precipitada pois a Presidente de Câmara de Felgueiras não dava sinais de poder fugir. Era o delfim de Ferro e Guterres e o "Inquiridor" do PS, de acordo com Carlos Magno.
É um documento histórico.

[link]