terça-feira, janeiro 30, 2007
Blogoesfera une-se a pais contra Fundação D. Pedro IV
Corrente de solidariedade para denunciar alegadas ilegalidades
naquela IPSS
Um grupo de meia centena de pais de crianças que frequentam os sete estabelecimentos de infância da Fundação D. Pedro IV, em Lisboa, encontrou na blogoesfera um forte e inesperado aliado para a divulgação da turbulência que uma reestruturação económica está a provocar na qualidade e segurança das creches e jardins de infância que aquela instituição privada de solidariedade social gere, tendo à sua responsabilidade 850 crianças.
Começou ontem, na blogoesfera portuguesa, uma corrente de solidariedade para denunciar as alegadas ilegalidades que estão a acontecer nas creches e jardins de infância da Fundação D. Pedro IV, por via de falta de pessoal. Blogues como o 5dias, Indymedia, LisboaLisboa, Professoras Desesperadas e o Bitoque, lidos diariamente por centenas de cibernautas, deram eco ao protesto dos pais.
Foi há cerca de duas semanas que um grupo de pais de crianças matriculadas na Casa de Santana decidiu criar um blogue e um fórum no Yahoo para partilharem entre si relatos de indignação. Surpreendentemente, a palavra passou à velocidade da banda larga e sucederam-se em catadupa naquele blogue (http://paisdpedroiv.wordpress.com) relatos idênticos de dezenas de pais, nos quais se afirma que a reestruturação económica está a levar a reduções de pessoal que põem em causa a segurança física e emocional das crianças. Há vários testemunhos de pais que garantem que foram atribuídas tarefas de limpeza às educadoras e auxiliares de educação, devido ao despedimento de pessoal de limpeza e de cozinha.
A fundação mostrou-se aberta ao diálogo e representantes dos pais dos sete estabelecimentos de infância reuniram-se na semana passada com o presidente do conselho de administração, Vasco do Canto Moniz. As explicações, porém, dizem não ter sido suficientes.
Os encarregados de educação, afirmam, em comunicado, que assiste-se "à deterioração das condições de segurança, higiene e saúde das crianças que frequentam a instituição, e a quebra da confiança implícita que os pais depositavam num modelo de serviço existente aquando da inscrição dos seus filhos". Referem que, durante a reunião, Vasco do Canto Moniz reconheceu que houve "uma diminuição na qualidade dos serviços prestados e um defraudar de expectativas dos pais".
Esta versão é negada pelo gabinete de imprensa da instituição: "Vasco do Canto Moniz apenas reconheceu que estava em curso a reorganização dos serviços prestados, com garantia da manutenção das condições indispensáveis de segurança e bem-estar das crianças". Em resposta ao PÚBLICO, a fundação garante que as educadoras "nunca fizeram limpezas, nem farão".
Os pais, por outro lado, afirmam que o presidente do conselho de administração os informou que, durante os próximos dias, serão extintos mais dez postos de trabalho. Os encarregados de educação disponibilizaram-se para ser testemunhas das trabalhadoras em tribunal de trabalho. "Não faz qualquer sentido que haja lugar à extinção de postos de trabalho. A situação actual é de enorme carência, com graves reflexos na prestação do serviço às crianças", afirmam.
Diana Ralha no Publico de hoje
A Fundação está a mentir.
Na reunião com os pais o Eng. Canto Moniz, confrontado com situações, específicas admitiu que havia problemas graves.
Os nove pais que estiveram presentes na reunião, até deram o exemplo da forma como haviam entrado no estabelecimento de Santana para aquela reunião. A porta foi aberta por uma mãe e os nove pais constataram que não havia ninguém para os receber à porta tendo-se dirigido para o gabinete da directora, tal como poderiam ter ido no sentido oposto, para a zona das salas de aula, sem que ninguém notasse.
O Eng. Canto Moniz, atribuiu os problemas à falta de competência e disponibilidade das funcionárias e à inexistência de um plano organizativo da responsabilidade das directoras de cada uma das escolas - foi essa a única coisa que garantiu ir providenciar.
O Eng. Canto Moniz, continuando-se a lamentar das pessoas que trabalham na instituição, referiu que estavam a levantar um pé de guerra, pois ele havia determinado que as funções de limpeza também deveria ser feita por elas! Garantiu ainda que ele próprio iria começar a despejar o seu cinzeiro!
Os pais reafirmaram em vários momentos a sua total confiança nas funcionárias, aliás desculpem-me o aparte pessoal, único elo e garante que actualmente me liga àquela instituição.
Por último deixo um alerta aos pais: novos e graves factos, serão divulgados nos próximos dias.
É urgente a intervenção do Ministério da Segurança Social na Fundação.
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