Que 19 mil Portugueses tenham escolhido Salazar, ditador, reaccionário, obscurantista,amigo de fascistas, perseguidor de opositores, sejam eles homens de cultura ou do trabalho manual, indicia, me parece,mais do que o gosto de canga( nas palavras de Vicente Jorge Silva)ou de renegação da democracia, (Vasco Pulido Valente) um desencanto pelos políticos actualmente no Poder e pela democracia de pacotilha que é, de facto, a que vigora, com uma maioria governando por dictats e um Parlamento onde o partido donde saiu o Governo não passa de caixa de ressonância das decisões governamentais.De certo que muitos dos votantes em Salazar pertencem à ala da Direita porém, tendo em conta que a política do actual governo é a de tirar aos pobres para dar aos ricos,não se percebe muito bem onde estão as motivações de classe por detrás dessa escolha.E assim, e emparelhando Salazar com D. João II, Pombal e Cunhal, o que os une é uma vontade política de arrumar a casa, que nos outros três é claramente (permita-se-me o anacronismo)de "esquerda", ou seja, defesa do Estado e da Pátria perante as ofensas e pretensões alheias, ataque aos "grandes" do Regime, protecção e interesse pela cultura( casos de Pombal e de Cunhal, sobretudo).Repare-se que as diferenças ideológicas entre Salazar e os outros não negam o que, num aspecto interessante, eles teem de comum, que é o todos terem servido o País segundo as suas convicções, sem terem saido do Poder ou morrido com chorudas prebendas conseguidas à custa da "arraia miuda". Para ficar só no caso de Salazar, sabe-se que o cofre que ele deixou cheio não foi o seu,mas sim o do País.Por outro lado ainda é do conhecimento de todos quanto os governos próximos, mas certamente este último mais do que os outros, usaram e usa do discurso da mentira e da trafulhice, não só para alcançar o Poder, mas para o manter. Penso que Aristides de Sousa Mendes, sem ter sido governante nem a isso aspirante, se integra bem naquele leque das pessoas que até jogaram o seu bem estar e a sua vida pelo bem dos outros.Recordando o que lhe aconteceu, relembre-se também que permanecem as suspeitas sobre o enveninamento do Principe Perfeito e o exílo de Pombal, acossado pelos esbirros da Viradeira. Cunhal não obteve o poder, mas morreu impoluto depois de uma vida de sacrificio e de dedicação aos oprimidos. Não é de ignorar os milhares de pessoas, de todos os quadrantes políticos, que o acompanharam à sua última morada. Ao contrário, os vira casacas são legião e pontificam. Portanto, e para concluir, ao contrário das interpretações de VJS e de VPV, negativas sobre os Portugueses, eu avanço aqui um olhar positivo, já que tudo se revê no seu contrário: Assim, a escolha daqueles homens seria a escolha da verticalidade de carácter e do serviço público, a escolha dos que dedicaram a vida a uma causa e não seguiram o exemplo célebre de José Fouché, homem venal como poucos. Finalmente (?) a escolha da verdade como linha de conduta dos políticos no poder. E, por detrás de tudo isso uma avaliação crítica sobre as regras não democráticas como se rege o regime actual. Assim, se 19 Portugueses escolheram Salazar, a responsabilidade não lhes cabe, mas sim aos governos que, pelas razões acima expostas e por outras que seria longo concretizar, teem vindo a enganar os Portugueses anunciando-lhes uns amanhãs cantantes que se revelam, a cada dia que passa,(salvo para uma minoria) apenas choro e ranger de dentes
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Que 19 mil Portugueses tenham escolhido Salazar, ditador, reaccionário, obscurantista,amigo de fascistas, perseguidor de opositores, sejam eles homens de cultura ou do trabalho manual, indicia, me parece,mais do que o gosto de canga( nas palavras de Vicente Jorge Silva)ou de renegação da democracia, (Vasco Pulido Valente) um desencanto pelos políticos actualmente no Poder e pela democracia de pacotilha que é, de facto, a que vigora, com uma maioria governando por dictats e um Parlamento onde o partido donde saiu o Governo não passa de caixa de ressonância das decisões governamentais.De certo que muitos dos votantes em Salazar pertencem à ala da Direita porém, tendo em conta que a política do actual governo é a de tirar aos pobres para dar aos ricos,não se percebe muito bem onde estão as motivações de classe por detrás dessa escolha.E assim, e emparelhando Salazar com D. João II, Pombal e Cunhal, o que os une é uma vontade política de arrumar a casa, que nos outros três é claramente (permita-se-me o anacronismo)de "esquerda", ou seja, defesa do Estado e da Pátria perante as ofensas e pretensões alheias, ataque aos "grandes" do Regime, protecção e interesse pela cultura( casos de Pombal e de Cunhal, sobretudo).Repare-se que as diferenças ideológicas entre Salazar e os outros não negam o que, num aspecto interessante, eles teem de comum, que é o todos terem servido o País segundo as suas convicções, sem terem saido do Poder ou morrido com chorudas prebendas conseguidas à custa da "arraia miuda". Para ficar só no caso de Salazar, sabe-se que o cofre que ele deixou cheio não foi o seu,mas sim o do País.Por outro lado ainda é do conhecimento de todos quanto os governos próximos, mas certamente este último mais do que os outros, usaram e usa do discurso da mentira e da trafulhice, não só para alcançar o Poder, mas para o manter. Penso que Aristides de Sousa Mendes, sem ter sido governante nem a isso aspirante, se integra bem naquele leque das pessoas que até jogaram o seu bem estar e a sua vida pelo bem dos outros.Recordando o que lhe aconteceu, relembre-se também que permanecem as suspeitas sobre o enveninamento do Principe Perfeito e o exílo de Pombal, acossado pelos esbirros da Viradeira. Cunhal não obteve o poder, mas morreu impoluto depois de uma vida de sacrificio e de dedicação aos oprimidos. Não é de ignorar os milhares de pessoas, de todos os quadrantes políticos, que o acompanharam à sua última morada. Ao contrário, os vira casacas são legião e pontificam. Portanto, e para concluir, ao contrário das interpretações de VJS e de VPV, negativas sobre os Portugueses, eu avanço aqui um olhar positivo, já que tudo se revê no seu contrário: Assim, a escolha daqueles homens seria a escolha da verticalidade de carácter e do serviço público, a escolha dos que dedicaram a vida a uma causa e não seguiram o exemplo célebre de José Fouché, homem venal como poucos. Finalmente (?) a escolha da verdade como linha de conduta dos políticos no poder. E, por detrás de tudo isso uma avaliação crítica sobre as regras não democráticas como se rege o regime actual. Assim, se 19 Portugueses escolheram Salazar, a responsabilidade não lhes cabe, mas sim aos governos que, pelas razões acima expostas e por outras que seria longo concretizar, teem vindo a enganar os Portugueses anunciando-lhes uns amanhãs cantantes que se revelam, a cada dia que passa,(salvo para uma minoria) apenas choro e ranger de dentes
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