sábado, janeiro 27, 2007

Grandes Portugueses

"Dos 45 mil votantes, 19 mil preferiram Salazar – que, na primeira fase da votação, já tinha vencido, com mais do dobro dos votos de D. Afonso Henriques, posicionado a seguir.
A classificação actual é esta: Salazar 19 mil votos, Cunhal 12 mil, Aristides Sousa Mendes 5 mil, D. Afonso Henriques 2500, Camões 2 mil.
Os últimos cinco são: Infante D. Henrique, D. João II, Fernando Pessoa, Vasco da Gama e Marquês de Pombal."

1 comentário:

Anónimo disse...

Que 19 mil Portugueses tenham escolhido Salazar, ditador, reaccionário, obscurantista,amigo de fascistas, perseguidor de opositores, sejam eles homens de cultura ou do trabalho manual, indicia, me parece,mais do que o gosto de canga( nas palavras de Vicente Jorge Silva)ou de renegação da democracia, (Vasco Pulido Valente) um desencanto pelos políticos actualmente no Poder e pela democracia de pacotilha que é, de facto, a que vigora, com uma maioria governando por dictats e um Parlamento onde o partido donde saiu o Governo não passa de caixa de ressonância das decisões governamentais.De certo que muitos dos votantes em Salazar pertencem à ala da Direita porém, tendo em conta que a política do actual governo é a de tirar aos pobres para dar aos ricos,não se percebe muito bem onde estão as motivações de classe por detrás dessa escolha.E assim, e emparelhando Salazar com D. João II, Pombal e Cunhal, o que os une é uma vontade política de arrumar a casa, que nos outros três é claramente (permita-se-me o anacronismo)de "esquerda", ou seja, defesa do Estado e da Pátria perante as ofensas e pretensões alheias, ataque aos "grandes" do Regime, protecção e interesse pela cultura( casos de Pombal e de Cunhal, sobretudo).Repare-se que as diferenças ideológicas entre Salazar e os outros não negam o que, num aspecto interessante, eles teem de comum, que é o todos terem servido o País segundo as suas convicções, sem terem saido do Poder ou morrido com chorudas prebendas conseguidas à custa da "arraia miuda". Para ficar só no caso de Salazar, sabe-se que o cofre que ele deixou cheio não foi o seu,mas sim o do País.Por outro lado ainda é do conhecimento de todos quanto os governos próximos, mas certamente este último mais do que os outros, usaram e usa do discurso da mentira e da trafulhice, não só para alcançar o Poder, mas para o manter. Penso que Aristides de Sousa Mendes, sem ter sido governante nem a isso aspirante, se integra bem naquele leque das pessoas que até jogaram o seu bem estar e a sua vida pelo bem dos outros.Recordando o que lhe aconteceu, relembre-se também que permanecem as suspeitas sobre o enveninamento do Principe Perfeito e o exílo de Pombal, acossado pelos esbirros da Viradeira. Cunhal não obteve o poder, mas morreu impoluto depois de uma vida de sacrificio e de dedicação aos oprimidos. Não é de ignorar os milhares de pessoas, de todos os quadrantes políticos, que o acompanharam à sua última morada. Ao contrário, os vira casacas são legião e pontificam. Portanto, e para concluir, ao contrário das interpretações de VJS e de VPV, negativas sobre os Portugueses, eu avanço aqui um olhar positivo, já que tudo se revê no seu contrário: Assim, a escolha daqueles homens seria a escolha da verticalidade de carácter e do serviço público, a escolha dos que dedicaram a vida a uma causa e não seguiram o exemplo célebre de José Fouché, homem venal como poucos. Finalmente (?) a escolha da verdade como linha de conduta dos políticos no poder. E, por detrás de tudo isso uma avaliação crítica sobre as regras não democráticas como se rege o regime actual. Assim, se 19 Portugueses escolheram Salazar, a responsabilidade não lhes cabe, mas sim aos governos que, pelas razões acima expostas e por outras que seria longo concretizar, teem vindo a enganar os Portugueses anunciando-lhes uns amanhãs cantantes que se revelam, a cada dia que passa,(salvo para uma minoria) apenas choro e ranger de dentes