segunda-feira, novembro 14, 2005
1994 | O cavaquismo
O cavaquismo caracteriza-se não só por opções políticas ou económicas mas também como formas de relacionamento, através da comunicação social, com as pessoas em geral - a frieza, a mentira, a arrogância, o silêncio ou a tentativa de ocultação das situações mais embaraçosas.
Recordo, neste capítulo das minhas memórias do que foi o cavaquismo, a proliferação de casos de polícia, ora ocultados ora desvalorizados pelos agentes do poder e designadamente por Dias Loureiro eterno tropa de choque de Cavaco.
A 30 de Junho de 1994 o Público dava destaque a uma série de histórias de violência policial, nunca averiguadas ou pelo menos sempre sem conclusões. Das balas de borracha disparadas para o ar (Dias Loureiro) que na ponte 25 de Abril, tornaram paraplégico o Luís Miguel (18 anos). O caso de Romão Monteiro (31 anos) cidadão de etnia cigana e alegadamente morto (na primeira versão oficial ter-se-ia suicidado) na esquadra de Matosinhos da PSP. A baladisparada por um agente da PSP numa festa do PS em Ponta Delgada, que matou João Paulo Aguiar (16 anos), e que da respectiva investigação foram identificados os dois agentes que dispararão as balas, mas que foram absolvidos por nunca se ter encontrado o projéctil. A estória de Armindo Reis Tomás (40 anos) casado e com uma filha de 10 anos, baleado enquanto conduzia o seu automóvel por um soldado da Guarda Fiscal, que foi apenas acusado de homicídio por negligência e remetido para um tribunal militar, que nem sequer permitiu à viúva da vítima constituir advogado de acusação. A situação de Alexandre Luís Garvanita (19 anos) estudante universitário abordado nas ruas de Setúbal por um agente da PSP e sem qualquer razão aparente levado para a esquadra, espancado e apelidado de porco angolano e preto abrilhantado por um volta para o teu país, da qual resultou em tribunal o pagamento de 150 contos e umas quantas penas suspensas para os intervenientes. Por último o caso de Paulo Portugal, talhante da Charneca da Caparica, que por contestar uma multa foi espancado, arrastado pelos cabelos, humilhado e metido numa prisão durante uma noite, tendo ficado com traumatismos no crânio e tórax, equimoses nos braços, costas e sobretudo no rosto alegadamente provocadas pelos seis agentes acusados.
Mas estes eram só os casos que o Público do dia 30 de Junho de 2004 relatava. Uma leitura mais detalhada, obrigar-nos-ia a reler os inúmeros casos, que a Amnistia Internacional ia descrevendo nos seus relatórios anuais sobre Portugal,e que contavam com o silêncio colaborante dos governantes e de Cavaco.
Recordo, neste capítulo das minhas memórias do que foi o cavaquismo, a proliferação de casos de polícia, ora ocultados ora desvalorizados pelos agentes do poder e designadamente por Dias Loureiro eterno tropa de choque de Cavaco.
A 30 de Junho de 1994 o Público dava destaque a uma série de histórias de violência policial, nunca averiguadas ou pelo menos sempre sem conclusões. Das balas de borracha disparadas para o ar (Dias Loureiro) que na ponte 25 de Abril, tornaram paraplégico o Luís Miguel (18 anos). O caso de Romão Monteiro (31 anos) cidadão de etnia cigana e alegadamente morto (na primeira versão oficial ter-se-ia suicidado) na esquadra de Matosinhos da PSP. A baladisparada por um agente da PSP numa festa do PS em Ponta Delgada, que matou João Paulo Aguiar (16 anos), e que da respectiva investigação foram identificados os dois agentes que dispararão as balas, mas que foram absolvidos por nunca se ter encontrado o projéctil. A estória de Armindo Reis Tomás (40 anos) casado e com uma filha de 10 anos, baleado enquanto conduzia o seu automóvel por um soldado da Guarda Fiscal, que foi apenas acusado de homicídio por negligência e remetido para um tribunal militar, que nem sequer permitiu à viúva da vítima constituir advogado de acusação. A situação de Alexandre Luís Garvanita (19 anos) estudante universitário abordado nas ruas de Setúbal por um agente da PSP e sem qualquer razão aparente levado para a esquadra, espancado e apelidado de porco angolano e preto abrilhantado por um volta para o teu país, da qual resultou em tribunal o pagamento de 150 contos e umas quantas penas suspensas para os intervenientes. Por último o caso de Paulo Portugal, talhante da Charneca da Caparica, que por contestar uma multa foi espancado, arrastado pelos cabelos, humilhado e metido numa prisão durante uma noite, tendo ficado com traumatismos no crânio e tórax, equimoses nos braços, costas e sobretudo no rosto alegadamente provocadas pelos seis agentes acusados.
Mas estes eram só os casos que o Público do dia 30 de Junho de 2004 relatava. Uma leitura mais detalhada, obrigar-nos-ia a reler os inúmeros casos, que a Amnistia Internacional ia descrevendo nos seus relatórios anuais sobre Portugal,e que contavam com o silêncio colaborante dos governantes e de Cavaco.
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2 comentários:
É muito triste recorrer a este tipo de meios tão baixos para atacar Cavaco Silva. Por favor, não pode valer tudo!!
Caríssimo, não terá sido Cavaco a disparar, mas a ocultação, a mentira e a sucessão de acontecimentos deste género, são uma marca do cavaquismo.
Aconselho-lhe a leitura dos relatórios da Amnistia Internacional no periodo 1985-1995.
Aconselho-lhe também uma conversa com o Luís Miguel, vítima das "balas de borracha" da ponte 25 de Abril e que ainda não tem qualquer apoio do Estado português. Não foi Cavaco que diparou, mas ajudou sempre a encobrir os reponsáveis.
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