domingo, outubro 07, 2007

Declaração de Voto na Lista B para a Secção Regional Sul

Em parte fui constrangido (sobre esta matéria não poderei falar), em parte escolhi, não participar com/em nenhuma lista nas eleições para a Ordem dos Arquitectos e, até agora, independentemente dos textos que aqui tenho escrito, nunca defini publicamente o meu sentido de voto.
Não participando nem apoiando nenhuma lista, pensei que pudesse exercer o meu direito de opinião neste blogue. Contudo a triste situação que se criou com a rejeição de uma candidatura e o decorrente processo judicial, tiveram como consequência a minha declaração de silêncio.
Com o aproximar das eleições, ainda que sejam adiadas, entendo que chegou a hora de demonstrar publicamente o meu voto nas eleições para a Secção Regional Sul (SRS).
É público e foi notório, ao longo destes três anos, que na maior parte das decisões de fundo estive em completo desacordo com as orientações e princípios da actual direcção da SRS e Lista A - desde o evento "Trienal de Arquitectura de Lisboa" (que durante esta campanha parece adormecido), ao entendimento que se faz da profissão de arquitecto(ver "Trabalhar com um arquitecto"), à proposta de aumento de quotas e até, à proposta para que o período de estágio de acesso à Ordem passasse a ser de 2 anos.
De qualquer forma, as divergências políticas são apenas o início de um vasto leque de dúvidas e indícios que me levam a afirmar que um eventual segundo mandato da actual direcção (Lista A) pode vir a constituir-se como um perigo para o normal funcionamento de uma associação de direito público, não contribuindo para o cabal esclarecimento de um conjunto de situações que passo a enumerar:

1. Está por esclarecer a forma de demissão da antiga Tesoureira da SRS, seja desse cargo, seja de membro da direcção.

2. As contas da Trienal ainda estão por apurar. Apesar do discurso de auto elogio proferido na última Assembleia da Ordem, no artigo "Balanço da Trienal" os membros da Direcção da Secção Regional Sul, disseram que o evento iria dar um saldo muito positivo mas não apresentaram as suas contas. Ou melhor, foram apresentadas umas impressões de um quadro feito numa normal folha de cálculo (que todos sabemos fazer) e sem qualquer assinatura que visasse os documentos.

3. Em que termos e circunstâncias a Sra. Presidente da Secção Regional Sul e re-candidata assinou um (que eu tenha conhecimento) protocolo relativo ao evento "Trienal de Arquitectura" comprometendo a Ordem dos Arquitectos, três meses após a aprovação em Assembleia Geral da OA de uma deliberação que constitui a empresa Trienal e que obriga a que todos os actos de gestão e envolvimento financeiro passassem para a referida empresa.

4. Nos últimos meses, têm vindo a chegar a diferentes órgãos da Ordem dos Arquitectos denúncias e relatos de alegadas ameaças proferidas por membros da Lista A a associados da Ordem que se demitiram dos seus orgãos regionais e a membros de uma delegação não alinhada com a actual direcção. Seria saudável que as mesmas fossem rapidamente esclarecidas, pois sejam elas verdadeiras ou falsas, em meu entender, serão sempre passíveis de procedimentos disciplinares.

Por tudo isto, e algumas coisas mais, para a Secção Regional Sul votarei na Lista B.

5 comentários:

AM disse...

só uma coisa sobre a trienal
estou até hoje à espera de um recibo pela aquisição do meu bilhete "passe" (onze euros e meio, salvo erro) para o conjunto das exposições
serei "caso" único?
essa coisa das contas da TAL promete

tms disse...

Caro am,
Bem podes ficar à espera...

Anónimo disse...

Caro Tiago,

Os meus parabéns a uma das poucas pessoas (se não a única!) que eu conheço nos órgãos da OA que se tem mantido íntegro na sua postura e coerente nas posições que adopta.

Esta tomada pública de posição é, apenas, mais uma prova.

Por muitos desacordos que tenhamos ou venhamos a ter sobre a OA, o seu papel e os mecanismos a utilizar para fazer da casa uma casa dos arquitectos "a sério", sempre te respeitei.

Hoje, deste um pouco mais de razão de ser a esse respeito.

Um abraço,

Diogo Corredoura.

tms disse...

Caro Diogo, retribuo a declaração de respeito.
Contudo não posso deixar de te dizer que a enorme maioria dos membros dos orgãos sociais são pessoas íntegras, esse património não é pessoal nem intransmissível.
E independentemente das divergências políticas, que todos temos, não deverão ser tradutíveis em análises de carácter ou de seriedade.
O que é importante, e também é esse o sentido do meu post, é que se esclareçam um conjunto de situações que estão por averiguar.

Anónimo disse...

Caro Tiago,

Por isso escrevi "uma das poucas pessoas (se não a única!) que eu conheço nos órgãos da OA".

Dos poucos que conheço. Só costumo falar do que sei...

;)

Um abraço,

Diogo Corredoura.