quinta-feira, dezembro 20, 2007

PCP sobre a Situação na Ordem dos Arquitectos

A situação é inusitada, cada vez mais alarmante no que diz respeito às boas práticas democráticas e preocupante numa associação de direito público que se quer forte e representativa de todos os seus associados. Não sei se pela primeira vez, o PCP entendeu, de uma forma pública e clara, apelar a que todos os arquitectos intervenham na Ordem dos Arquitectos para "libertar a OA da estreita teia de interesses particulares em que alguns dirigentes a foram fechando".
Neste momento, nenhum outro partido poderia emitir um comunicado com esta clareza e que fizesse de uma forma tão firme eco do que pensa a esmagadora maioria dos associados da Ordem dos Arquitectos:

"Sobre a situação na Ordem dos Arquitectos
A Ordem dos Arquitectos chegou às eleições do passado dia 30 de Outubro com uma situação interna particularmente degradada. Ao longo dos três últimos anos, com órgãos sociais de diferentes composições, a OA foi-se deparando com sucessivas situações de bloqueio que têm sido, em grande medida, expressão de uma continuada e irresponsável disputa de poder entre órgãos nacionais e regionais. A grande maioria dos arquitectos portugueses alheou-se da vida da OA, e muitos encaram-na com desinteresse e desconfiança.
A essa situação veio acrescentar-se um processo eleitoral polémico, conflituoso e pouco transparente, que levou uma candidatura, excluída do processo, a interpor recurso dessa decisão no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa. O tribunal acaba de considerar procedente o recurso e, em consequência, de considerar nulo o processo eleitoral.
A lista mais votada nas eleições agora anuladas tinha entretanto tomado posse, acrescentando uma precipitação incompreensível à confusão existente. No discurso proferido na altura o candidato dessa lista a Presidente do Conselho Directivo Nacional, embora sabendo que o referido processo ainda decorria, assumiu uma posição agressiva e fechada que em nada indicia que nesta lista existam capacidade ou condições para ultrapassar a lamentável situação com que a OA se depara. Esse discurso não deu início a qualquer “novo ciclo”. Foi mais um momento de um velho ciclo e mais um elemento de agravamento da crise que paralisa a OA.
Dificilmente uma candidatura consegue, como esta conseguiu, perder a credibilidade ainda antes de ser validamente votada. Pela sua composição, pelas responsabilidades que os seus representantes têm no actual estado da Ordem dos Arquitectos, pela forma como lidaram com este processo eleitoral e pelo comportamento assumido desde então esta candidatura, hoje sem legitimidade, não justifica qualquer crédito.
A situação na OA poderá eventualmente ser ultrapassada. Mas os obstáculos são muitos e complexos. A degradação da sua situação interna e o alheamento dos arquitectos não são dissociáveis da própria configuração estatutária da Ordem, do modelo de institucionalização seguido, da distância crescente entre a natureza e os limites corporativos da instituição face ao perfil e às necessidades concretas de acesso e exercício da profissão.
Os arquitectos comunistas do Sector Intelectual da ORL do PCP lançam um veemente apelo a todos os arquitectos no sentido de que intervenham na vida da sua associação profissional. No sentido de que contribuam para libertar a OA da estreita teia de interesses particulares em que alguns dirigentes a foram fechando. No sentido de que se possa reconstruir uma OA legítima e credível, e mais capaz de representar efectivamente os interesses, as aspirações e o papel dos arquitectos na sociedade portuguesa."


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3 comentários:

Anónimo disse...

Deixe-me adivinhar: você não tem nada a ver com a redacção deste original pedaço de retórica, não? Quantos Tiagos Mota Saraiva, há afinal? E como se compatibilizam?:
1. o que foi membro do CDN com o que publicava em blogue o que aí era decidido à porta fechada?
2. o que foi dirigente da OA durante anos, com o agora (sub)screve um texto em que se fala de um processo de degradação progressiva?
3. o que lamenta a forma como decorreu o processo eleitoral e o seu "défice de transparência" e o que foi actor principal nesse processo e nos eventuais défices, instrumentalizando os orgãos nacionais contra uma das candidaturas?
É preciso arte! Mas o PCP é uma escola - há décadas que o sabemos - e o TMS um aplicado pioneiro.
E vergonha, claro, não sabe o que é.

tms disse...

[Peço desculpa pelos atrasos na publicação. Os postais de natal estão a atrasar-me as leituras dos emailes.]

Respostas telegráficas, pois tenho pouca paciência para a lógica da calúnia cobardolas:

1. O CDN, até hoje, é um orgão executivo nacional de uma associação de direito público. Salvo nomeações para júris ou uma ou outra coisa que exija sigilo deverão ser públicas.

2. Sim.

3. Não tomei parte nem partido nestas eleições, nem estive em nenhum orgão responsável pela rebaldaria.

Lamento, mas também nunca fui pioneiro.

Num discurso de galo, de quem calunia sob a capa do anonimato, fica sempre bem falar de ética e vergonha.

tms disse...

Ao "homenzinho" que para aqui escreveu outro comentário identificando-se, nas suas palavras como "arquitecto comunista", desafio-o a fazer uma de duas coisas:

1 - permanecer cobardemente sob o anonimato e criar um blogue para si e para todos os seus.

2 - ou então dar a cara, provando tudo o que diz.

Fiquei na dúvida se invocar a premissa 3 ou 9 dos critérios para a não publicação (http://rb02.blogspot.com/2007/10/comentrios.html).
Contudo acho que apenas me resta considerar o seu texto abaixo de cão.