terça-feira, maio 16, 2006

Claro que concordo

O jMAC no Hardblog, tem vindo a publicar uma (até agora) trilogia de posts de opinião, intitulados "inutilidade pública". Para já apetece-me comentar o primeiro de 2 de Maio.

"Se a perspectiva de estágio não-remunerado é o horizonte mais próximo, com toda a exploração esclavagista a que procedem os patronos, expliquem-me como poderá o candidato disponibilizar os ditos 300 à corporativa instituição"
jMAC, Hardblog

Não posso deixar de concordar com o fundamental da argumentação do jMAC neste post.
O candidato à Admissão da OA, para além de estar a iniciar um processo no qual os seus direitos laborais não estão minimamente assegurados, paga um processo que não deveria, na minha opinião acarretar.
Mas façamos o enquadramento da questão. Quando o primeiro Regulamento Interno de Admissão (RIA) começou a ser preparado, na segunda metade dos anos 90, quando nem eu nem creio que o próprio jMAC, éramos associados, foi posta a questão: Quem paga o processo de admissão?
Por mais imaginação que tenhamos havia três hipóteses: o Estado, o sócio da OA ou o candidato. Na impossibilidade de ser o Estado (que ao que julgo saber financia parte do processo de admissão dos advogados) ficámos apenas com duas hipóteses.
Na altura decidiu-se que o ónus recairia, então, sobre o candidato coisa que se prolonga até aos dias de hoje.
Contudo, como o jMAC bem sabe e como muito lamento, a Ordem dos Arquitectos é uma organização tricéfala constituida por três poderes com três gestões diferentes (CDN e as duas Secções Regionais) e um único responsável por dar a cara (CDN). Este valor de 300 € (receita das secções regionais) é definido em função das despesas que as secções regionais têm com o processo. Neste caso as informações que tenho é que, enquanto numa secção dá um ligeiro lucro, na outra dá prejuizo, por isso, tendo já havido algumas pressões para que o valor ainda possa ser mais aumentado.
No novo sistema de admissão, lutarei para que este valor diminuia significativamente.

5 comentários:

Anónimo disse...

e apesar de tudo o que me mais repugna é o facto de para se "ser" arquitecto ter de se estar inscrito na inenarrável ordem presidida pela inefável arquitecta roseta. enfim...

Anónimo disse...

Caro jMAC, acho que personalizar e concentrar os ódios numa pessoa nunca foi uma boa solução para discutir os temáticas importantes.
Vê o Carrilho (o Manuel Maria)! O homem, ainda que às vezes diga uma ou outra coisa certa, transforma-as sempre em questões pessoais, nas quais ele é sempre o centro, perdendo qualquer sentido ou razão - onde até poderia ter.
Abraços.
(ainda estou a tentar arranjar tempo e fôlego para te responder ao post do DL 73/73, fica para mas mais tarde)

Anónimo disse...

não pessoalizo, mas a senhora para mim representa o que de pior tem a democracia: demagogia, politicamente correctismo e pior, corporativismo disfarçado de "justiça social".
não suporto que a ordem dê sentenças na minha vida, tais como chegar a casa e ter uma carta no correio a pedirem-me dinheiro para as cotas por serviços que nunca quis que me prestassem. além de que, se os tipos tivessem alguma ligação com o mundo real saberiam que gajos na minha (nossa?) situação mal ganham para pagar a renda de casa e mandar cantar um cego quanto mais pagar as cotas de uma instituição autocrática.

Anónimo disse...

Mas será que a OA tem necessidade de mandar estagiar um recém licenciado?

O que importa é criar sistemas, por isso é que este País está como está.

Anónimo disse...

O país está como está, por muitas razões caro arqportugal.

O país está como está porque os partidos do espectro governativo continuam a alimentar todos os interesses instalados.

O país está como está porque as pessoas têm medo de dar a cara para construir um país melhor.

O país está como está, porque a grande maioria das pessoas não vota ou prefere continuar a votar naqueles que sempre nos governaram, com medo de perderem o seu cantinho.

E a sua luta, por mais justa que seja, está como está, porque alguns srs. ou sras. se escondem por trás de nomes fictícios para apenas lançar a actuarda e a confusão política para que os interesses instalados permaneçam.

Caro arqportugal, aquilo que defende parece-me uma novidade (pois não é defendido por nenhuma organização que dê a cara) e até julgo que tem algum interesse: A entrada directa de todos os licenciados em arquitectura para a Ordem dos Arquitectos.
Esta tese, em teoria (e nunca com os actuais estatutos da OA), até me parece poder ser a mais justa, desde que o trabalho e o desempenho profissional pudesse ser avaliado e alvo de formação contínua ao longo da prática profissional. Assim o sistema da admissão passaria para um sistema de aferição.