segunda-feira, junho 05, 2006

@nti-comunismos

É uma prática política corrente, sempre que existe um ou outro comunista numa lista candidata aos Bombeiros Voluntários, ao clube do bairro ou à associação do jogo da laranjinha, surgir imediatamente o rumor de que é o sectário e poderoso PCP (outrora dir-se-ia a URSS) que tenta dominar a associação em causa.
Pessoalmente recordo o tempo quando ainda não era militante comunista e fazia parte de uma lista para a direcção de uma associação de estudantes de uma escola secundária da linha do Estoril, cujo candidato a presidente e vice-presidente eram militantes do PS, essa lista ser, por minha causa, acusada de ser "perigosa".
Essa bandeira de anti-comunismo, continua até hoje, pensando-se que o PCP é um monstro organizativo que detém um conhecimento e domínio profundo sobre toda a actividade dos seus militantes. Este rumor, a que todo e qualquer comunista esteve e está sujeito, tem muito possivelmente a sua raíz cultural no Estado Novo.
Este comportamento é ainda mais incompreensível quando assumido por alguém que já foi militante do PCP e sabe do que falo. Embora não saiba quem é o Saboteur, consigo perceber por anteriores comentários, que é alguém que conheço bem e que tendo sido meu camarada de partido (com o qual partilhei ideias numa altura quente do PCP) se afastou com bastante mágoa. Neste contexto, consigo perceber um ou outro comentário mais mordaz, mas nunca a mesma argumentação que a direita como a que é aqui feita a propósito da Lista B para o Sindicato de Professores da Grande Lisboa.

A doença infantil da blogosfera: reparo agora que o post recebeu diversos comentários do mesmo anónimo. Começa a parecer-me que a solução de gestão dos comentários que o Daniel Oliveira faz no Arrastão, pode ser a melhor forma de combater a cobardia que se esconde sob a capa dos inúmeros anónimos da blogosfera.

1 comentário:

Anónimo disse...

A minha sensação é que a lista B não é uma lista unitária com predominância de comunistas, como tantas que já organizei, para deitar borda fora a direita.

A informação que tenho (e que pode não ser totalmente exacta, claro) é que é uma lista sectária, que mais do que não aceitar determinadas pessoas, fez um jogo de suposta aproximação para depois deitar borda fora os professores próximos do PS e dos comunistas renovadores.

Os comunistas renovadores são os dirigentes de sempre da Fenprof e do SPGL que são agora vistos como o pior que existe no sindicato.

Fiz uma pesquisa no google e vejo os ataques de sempre, de aproximação ao PS, etc. etc.

Vejo a malta da lista B e reconheço alguns (e algumas), dos camaradas e conheço bem a sua dificuldade em lidar com pessoas que tenham outras convicções políticas

Desculpa lá, mas a crítica ao sectarismo e ao instrumentalismo do movimento sindical que alguns comunistas fazem a outros comunistas, não é nada de especial nem nada de novo. Tal como a resposta desses comunistas, acusando os outros de anti-comunismo, desvios, etc. Também é velha.

É uma história tão velha que eu já tenho algumas certezas de como é que acaba.